terça-feira, 29 de março de 2011

Uma questão de Salto.


Uma evidência dos meus últimos dias, é o facto de os saltos altos voltarem a ocupar 70% do meu dia.
Isto significa que voltei a ver mais alto. Muitas vezes mesmo, de cima para baixo. Esta atitude revela um misto de elegância e prepotência do mundo adulto, mas sobretudo, do meio profissional.

De saltos altos é mais fácil impôrmos a nossa presença. A barriga das pernas fica mais torneada, a postura é obrigada a mostrar-se firme, o porte torna-se mais solene e, sobretuto, a atitude tem de revelar confiança. Isto não é fácil e comporta algum esforço e disciplina física. Porém, estes tornam-nos mais resistentes (depois de um dia inteiro de reuniões e apresentações em saltos altos, qualquer projecto megalómano que surja é alpista). Por outro lado, justificam alguma assertividade das nossas orações e o nosso discurso directivo (pois precisamos de nos despachar até encontrar o assento mais próximo).

Uma outra vantagem prende-se com  o poder vocal que se adquire. Como estamos mais altas, ganhamos vantagem com a acústica e, como tal, também nos ouvem melhor. Um "Fui clara?..." sobre salto alto é bem mais esclarecedor do que o mesmo "Fui clara?..." sobre uma sabrina.

Além de tudo isto, a profissional em salto alto é extremamente focada. Não perdoa margem para desvios ou distracções. Qualquer percalço poderá traí-la com uma queda embaraçosa que comprometeria todo um esforço que durara desde as sete da manhã (hábitos da Cinderela moderna).

Posto isto, cuidado, voltei à visão panorâmica. Temam por decisões vindouras.

Mas, é claro, no final do dia, arrumo os saltos.
Descalço-me, meto-me de gatas, de joelhos, sem que qualquer constrangimento me limite ou me entedie. Olho para os meus filhos e deixo de ver o mundo do alto para voltar a ver um mundo melhor.

sexta-feira, 25 de março de 2011

"Andas-te a passar..."



... Deve andar ele a pensar, sempre que me vê chegar a casa.

MM: "Mamã, então????"
Eu: "Então o quê, filho?"
MM: "Então Mamã, onde andas???"
Eu: "Querido, ando a trabalhar..."
MM: "Ai..."

Ai Filho. Ai que se acabou a Mãe a tempo inteiro e ai que agora tenho tanto para trabalhar e ai que tu ainda não te convenceste. Ai, ai.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Seis Meses.


Há quinze meses tudo começou e, hoje, nada voltou a ser igual.
É tudo muito melhor!

Parabéns pelo meio ano de vida, Princesa Maria Teresa.

terça-feira, 1 de março de 2011

Está mesmo quase.

Estou quase a deixar de ser Mãe a tempo inteiro.
Isso entristece-me.
Estou quase a voltar a ser a Profissional.
Isso entusiasma-me.
Mas esta visão não é simétrica. Por mais irracional que pareça, sentir-me-ei culpada sempre, por todas as manhãs em que tiver de me separar deles e entregá-los a outros, que não são deles.


Assim, até lá, serei ainda mais, deles.