domingo, 31 de janeiro de 2010

Corta, abre, arruma, desmonta... Pausa!

Esta é uma mensagem muito lenta....... Daquelas que se a r r a s t a m.... Nunca pensei que o termo ADSL tivesse em mim tamanho efeito: ele é saudade, ansiedade, borboletas na barriga até, diria eu. Mas os senhores dizem que é só na 4ª. E até lá?...
Até lá continuarei a acreditar que sou um senhor musculado, de t-shirt de cavas aos furinhos, dono de uma camioneta grande com poster's de senhoras na dianteira, e que consegue fumar um cigarro, beber uma "bjeca" e carregar 7 caixotes ao mesmo tempo.
Desculpem, mas o isolamento do mundo real e a convivência com esta penosa actividade que são as mudanças, deixam-me assim.
É verdade, quando este texto for publicado já deverei estar a dormir desde a noite anterior, é que esta ligação está v e l o z ...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

32

Hoje é dia de festa!
Estou tão crescida.
Estou de regresso a Lisboa e vou celebrar com os meus.

Que este seja um dia feliz como os outros, e isso já será suficientemente bom para mim!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

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E depois, no meio de tanta mudança, de tanta preocupação, de tanto cartão... Recebo uma notícia. Uma notícia cor-de-rosa. E fico assim, sem saber o que dizer ou que escrever.

Há dias assim.


Hoje deixei o MM no Colégio a chorar (a primeira vez que me acontece em 2 anos).
Hoje o MM cravou-me os dedos enquanto dizia "Não Mamãaa, não!!".
Hoje a Educadora disse-me que, esta semana, ele tem andado mais sensível.
Hoje vou para o Porto.
Amanhã o MM dorme, pela primeira vez, fora de casa sem a presença da Mãe ou do Pai.
Depois de amanhã mudamos de casa.
Depois, começa o novo Colégio.

Hoje, é um dia tramado para mim, como Mãe.
Alguém me dê uma epidural para a cabeça sff!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Se as emoções fossem de cartão como os 352 caixotes...

Estamos quase.
Já temos mais vida nossa encaixotada do que a que ainda nos sobra nas prateleiras. Ao mesmo tempo que desejo estar instalada na nova vida, também me angustio com a reacção à mudança do MM.
Como não poderia deixar de ser, ultimamente têm-me chegado aos ouvidos teorias sobre os sentimentos de perda, terrores nocturnos ou medos do abandono que assolam as crianças de 2 anos. É que vieram mesmo a calhar! Eu bem tento não ligar, mas o efeito da sugestão tem mesmo muito poder e, sugestão ou não, o MM anda muito carinhoso comigo, mas igualmente mais carente de atenção e mimo; acorda quase todas as madrugadas e pedir o meu abraço, dá-me beijinhos gratuitos e surpreende-me com colos demorados de 5 minutos.
Tenho já uma estratégia amortecedora da mudança em curso :
1. Passar de carro frequentes vezes pela futura escola e entusiasticamente dizer : "Olha uma escolinha tão gira filho!! É linda. Queres lá ir ?";
2. Reservar 3 dias de férias para acompanhar de perto os primeiros 3 dias na escola nova;
3. Já mandei arranjar o DVD Portátil do Noddy para lhe devolver no primeiro dia na casa nova;
4. Comprei o DVD do "Carteiro Paulo" para lhe dar uns dias depois e não quebrar a rotina dos 3o minutos de "Canal Panda" antes do banhinho;
5. Envolvê-lo na arrumação da casa nova. Passar-me tupperwares e tachos para arrumar é um dos passatempos preferidos.

Já se faz tarde e ainda há muito que encaixotar. Vou largar as palavras e passar ao cartão.

Mas, bom, bom seria poder guardar a angústia, os medos e as dores dos nossos filhos em caixotes de cartão, etiquetá-los, selá-los e nunca mais os abrir.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vinagre, já te disse hoje o quanto gosto de ti ?


E quando uma Mãe exaurida olha para o seu filho e este lhe sorri, tranquilamente, com a cara encharcada de sangue ?

Pára tudo! Atira o telemóvel para o chão (sem pedir desculpa por desligar), fica branca que nem giz e agarra na criança rumo ao lavatório. Entorna água abundantemente na cara do menino, com esperança que a lavagem leve a maleita. Diz que "Está tudo bem, querido, está tudo bem!", com uma convicção que não engana ninguém. E os segundos parecem horas, e o sangue parece engoli-la!

Eis que, no meio da aflição, desperta um laivo de racionalidade. Vá lá!

V I N A G R E, é isso, e este elixir do estancamento nunca me deixou ficar mal. Mão na garrafa, garrafa na toalha, toalha no nariz.... 5, 4, 3, 2, 1 Puf.... Foi-se o sangue do meu pequeno e voltou o meu.

Para o vinagre, tudo!
Para as veias que rebentam no nariz, nada!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ano Novo, Vida mesmo Nova.

Meu filho,
Diz-se que Ano Novo antecede uma Vida Nova. Esta premissa nem sempre se concretiza e a mudança de ano corresponde habitualmente à mudança do número e uns quantos aumentos no custo de vida.
Este ano vai realmente ser diferente para nós, não que tenha sido programado ou desejado que coincidisse liricamente com a transição do ano civil, mas a verdade é que estamos em fase mudança. Uma mudança que eu e o teu pai desejamos que represente uma melhoria na nossa qualidade de vida. Ainda que o propósito seja o melhor, ando com o coração engasgado. Sei que não vais entender o rodopio que por aí vem e aflige-me pensar numa possível inadaptação tua. Ainda que digam que és muito pequenino, que nesta idade as crianças não estranham as mudanças, todo o meu tecido de mãe se rasga ao roçar num instante de sofrimento teu.
Vais conhecer novas pessoas, novos espaços, novas cores e novos cheiros, o que, à luz da razão dos teus pais, são todos eles mais saudáveis e contribuirão para um crescimento teu mais feliz mas, nesta fase inicial, tu poderás não compreender isso.
Quero que saibas que todas as decisões que tomamos pressupõem o teu bem e, mesmo que por uns tempos a vida te pareça um conjunto de caixas de cartão e viagens intermináveis, em breve, todos ficaremos sossegados novamente e, suposta e desejadamente, com um sossego ainda melhor.
Ao longo da tua vida passarás por muitas mudanças e esta será só uma delas. O que importa saber é que a paisagem pode mudar, o tempo pode virar e os lugares podem trocar mas, ao teu lado, encontrarás sempre o mesmo, eu e o pai. Sempre nós a zelar pelo teu bem.