Estamos quase.
Já temos mais vida nossa encaixotada do que a que ainda nos sobra nas prateleiras. Ao mesmo tempo que desejo estar instalada na nova vida, também me angustio com a reacção à mudança do MM.
Como não poderia deixar de ser, ultimamente têm-me chegado aos ouvidos teorias sobre os sentimentos de perda, terrores nocturnos ou medos do abandono que assolam as crianças de 2 anos. É que vieram mesmo a calhar! Eu bem tento não ligar, mas o efeito da sugestão tem mesmo muito poder e, sugestão ou não, o MM anda muito carinhoso comigo, mas igualmente mais carente de atenção e mimo; acorda quase todas as madrugadas e pedir o meu abraço, dá-me beijinhos gratuitos e surpreende-me com colos demorados de 5 minutos.
Tenho já uma estratégia amortecedora da mudança em curso :
1. Passar de carro frequentes vezes pela futura escola e entusiasticamente dizer : "Olha uma escolinha tão gira filho!! É linda. Queres lá ir ?";
2. Reservar 3 dias de férias para acompanhar de perto os primeiros 3 dias na escola nova;
3. Já mandei arranjar o DVD Portátil do Noddy para lhe devolver no primeiro dia na casa nova;
4. Comprei o DVD do "Carteiro Paulo" para lhe dar uns dias depois e não quebrar a rotina dos 3o minutos de "Canal Panda" antes do banhinho;
5. Envolvê-lo na arrumação da casa nova. Passar-me tupperwares e tachos para arrumar é um dos passatempos preferidos.
Já se faz tarde e ainda há muito que encaixotar. Vou largar as palavras e passar ao cartão.
Mas, bom, bom seria poder guardar a angústia, os medos e as dores dos nossos filhos em caixotes de cartão, etiquetá-los, selá-los e nunca mais os abrir.