sábado, 5 de junho de 2010
A raça do miúdo.
A raça do miúdo adormeceu.
Anda cheio dele mesmo.
Esperneou, lutou, rezingou mas lá cedeu.
Anda cheio de si, da sua pequenez grande.
A raça do miúdo.
Faz-me do miolo uma carcaça.
Diz que não, mas quer sim.
É um mestre da trapaça.
Ora me vira as costas.
Me mostra a língua.
Refila e rezinga.
Ora me dá um carinho.
Me pára
Me reanima para mais.
Ora me aperta.
Ora me desperta.
A raça do miúdo.
Leva-me à exaustão.
Parece-me, às vezes.
Mas não.
Para ti, por mais que teimes,
Não haverá fundo.
Neste meu Coração,
Cabes sempre mais.
A raça de miúdo que gerei.
Igual a só ele.
Tantas vezes minha desgraça.
Mas sempre, e para sempre, a minha Graça.