segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ter pulso.


Primeiro é o papel-do-papel-do-papel-do-papel. Depois a fortuna para pagar à onça de papel. Entretanto a retroescavadora que parou a meio caminho. Conta-se também com feriados e pontes e férias. E afinal o material encomendado está esgotado. Ah, e para compôr o processo, chega a crise, e a troika, e o crédito mal-parado. E, um construtor consumido pelas contas. Ah, e nós, clientes, que não pagamos serviço em regime de pré-pagamento. Adivinha-se facilmente um intervalo infeliz para esta história: obra parada.

Há agora que estabelecer novos contactos, visitar fornecedores, negociar directamente preços e materiais, e assumir o controlo do trabalho. Assim mesmo, num mano-a-mano, sem margem para derrapagens.

Construir uma casa é um processo inspirador. E acredito que o momento do "chave na mão" se assemelhe a um parto, esquecemos todas as dores e exibidos um rasgado sorriso de satisfação. Mas, caras amigas e amigos, é preciso ter muita endurance e, sobretudo pulso, pulso firme.
E é isto, vamos a obras.

Caso me vejam adoptar um estilo diferente, um pulso mais firme, cicatrizado e ornamentado por pulseiras de metal com caveiras, correntes, picos e argolas, já estarão contextualizados. Isto com missangas, não vai lá.