Há nove meses tive que repensar a minha vida. Desde então encarnei o papel principal de observadora de mim, e o papel secundário de protagonista. Observei-me, ouvi-me e esmiuçei cada estado de alma. Foi um trabalho de minúcia, acompanhado ora por angústia, ora por esperança. Ao fim de nove meses, qual ciclo materno embutido em mim, emiti o veredicto: não estava feliz.
Quando refiro que não estava feliz, não significa que andasse miserável, a sofrer privações ou males maiores, não. Significa sim, que andava a dedicar o meu tempo de forma proporcionalmente inversa às minhas prioridades, e logo as minhas realizações e troféus também não reflectiam as minhas ambições. Em resumo, tempo a mais com quem desejava menos, tempo a menos para quem merece mais. Desgaste, saturação e inconformismo a mais. Paciência, disponibilidade e satisfação a menos.
E porque não sei quantas vidas viverei, decidi mudar de vida e deixar a minha actividade profissional.
O que tenho a perder? Aparentemente, dinheiro.
O que tenho a ganhar? Seguramente serenidade. A maior disponibilidade para acompanhar a minha familia (esse Bem maior), liberdade para gerir o meu tempo, oportunidade para me dedicar a projectos que ficam sempre à minha espera (uns de lazer, outros profissionais).
É um risco. Quase soa a impropério na dinastia de Troika.
Mas se não buscarmos a nossa felicidade, afinal vivemos para quê?
Eu vivo para ser feliz. E para os fazer felizes.
Esta é a minha escolha.
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O meu Obrigada a todas as mensagens enviadas pelasdiversas formas, a minha gratidão nunca caberá aqui.
O meu afastamento impôs-se, por um lado, pela minha necessidade de instrospeção e análise, e por não ser conveniente/adequado expor as minhas dúvidas e ponderações, por outro.
Devia este agradecimento e explicação.