terça-feira, 7 de julho de 2009

A angústia do espirro


Não me dá prazer nenhum escrever sobre isto. Não é um tema sobre o qual tenha rabiscos algures esquecidos. Mas é um assunto que me começa a preocupar e não será por não escrever sobre ele que a sua presença sumirá.

Ligo a televisão, acedo a um site informativo, oiço as notícias no rádio e todos, com maior ou menor sensacionalismo, nos batem de frente com: H1N1, 48 casos em Portugal (à data que escrevo este post), cerca de 370 mortes, previsão de propagação na ordem dos 100.000 casos por dia, 3 casos de resistência ao fármaco existente, confirmação de contágio directo em Portugal, planos de contingência em análise e o anúncio de que “o pior está para vir…”.

É inevitável: “E o meu filho? Se este desventurado vírus o apanha? Ou se apanho eu ou o L. e não pudermos tratar dele?” Rapidamente repito para mim mesma (já com um calafrio pela espinha) “Não, não, não vou pensar nisso!”

É nestas alturas que nos sentimos pequeninos e impotentes. Nenhuma mãe no mundo deveria receber um diagnóstico positivo para os seus filhos. Que a tecnologia nos poupe e que os milhões gastos desavergonhadamente passem a ser investidos na integridade da raça humana – as vacinas salvam, a bola gira, gira, gira e depois vãos todos para casa discutir (que me perdoem os adictos “da bola” mas, para mim, falamos de grandezas morais bem distintas com investimentos financeiros invertidos…).

Será já paranóia? Será o poder perverso dos media? Sejam ou não, lá que estou receosa, estou…

Bem, acho que vou ver uma telenovela. Sim, preciso de mudar rapidamente para um assunto ligeiro, piroso e brejeiro. Valham-nos para isso!