A passagem do ano não eleva em mim um espírito de renovação, nem uma febre de novas resoluções. Trata-se somente da alteração de um dígito.
Porém, devo destacar que no período relativo aos 365 dias que 2011 contemplou, a minha vida sofreu uma série de alterações:
- A possibilidade de ter que alterar a estrutura famíliar (durante muitos dias do mês);
- A possibilidade de nos mudarmos para outro país;
- A efectiva alteração em termos de rotinas/estrutura familiar;
- O meu filho que parte a clavícula;
- A possibilidade de alterar a minha vida profissional;
- O meu filho e a minha filha com Varicela;
- A efectiva rescisão com a minha antiga actividade profissional;
- A minha filha que começa a andar;
- A implementação da pratica das prioridades da minha vida;
- A decisão de não ter mais filhos e dar a melhor qualidade de vida a estes dois, e a nós, como casal;
- A dedicação a novos projectos, profissionais e pessoais.
Se, no ínicio do ano, estas considerações me ocorreriam? Nunca.
Se, no final do ano, estou feliz ? Muito, muito mais.
Para 2012, desejo somente que tudo o que teve início em 2011, tenha um percurso feliz.
A todos vocês que por aqui passam, desejo-vos felicidade.
Em todas as mudanças de dígito.
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Polegarzinho.
Este dedo é Doce.
Meigo.
Pequenino. Roliço.
Quentinho.
É de algodão.
Sabe a chocolate.
É cor-de-rosa.
Cheira a chá de jasmim.
Este dedo é um Amor.
Do meu Amor.
E um bocadinho meu.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
5 Kg
De pura satisfação.
Existem vantagens em ter um marido que praticamente vive entre-aeroportos.
E a oposição que não se manifeste. Se ele achou por bem oferecer-me tal deleite, é porque me acha capaz de dar seguimento ao serviço, sem comprometer ancas&coxas.
São 16h40?
Está na hora do lanche!
Fui.
Existem vantagens em ter um marido que praticamente vive entre-aeroportos.
O pequenino é o que se vende por cá.
O grande, é o meu!
5Kg.
E a oposição que não se manifeste. Se ele achou por bem oferecer-me tal deleite, é porque me acha capaz de dar seguimento ao serviço, sem comprometer ancas&coxas.
São 16h40?
Está na hora do lanche!
Fui.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Moderação.
Moderação foi a palavra de ordem deste Natal. E, sem margem para dúvidas, estamos todos felizes.
As regras foram cumpridas:
- Respeitar o plafond determinado por PAX;
- Oferecer apenas uma prenda a cada um, com excepção para as crianças (mas também esta alínea com regras);
- No caso de casais com filhos pequenos, aplicar o plafond apenas às crianças e aos pais oferecer algo simbólico (é polémico e eu prórpia me reservo algumas dúvidas sobre este tema uma vez que os pais não devem perder a personalidade e o direito aos benefícios apenas por terem filhos mas, em situação de contenção e necessidade de escolha, qualquer pai/mãe abdica dos seus direitos a favor das crianças) e, nestes casos, o aniversário será a oportunidade para compensar;
- Para as crianças, abrir a excepção para duas oferendas.
Vantagens:
1. Controlo financeiro vs descontrolo frenético de consumismo (mal do qual já padeci desenfreadamente...);
2. Maior valorização Daquela prenda;
3. Menor dispersão por parte das crianças que passam a receber meia dúzia de presentes (em vez de dezenas) e acabam por os valorizar muito mais e ter realmente tempo para apreciar cada um;
4. Fomentar a cultura de orientação para as pessoas e não para os embrulhos, etiquetas e talões.
E foi um Natal recompensador.
Conto, determinantemente, para o ano repetir a política.
Espero que o vosso Natal, com ou sem excessos, tenha sido igualmente recompensador e memorável!
sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Constatação.
É tão bom quando fazemos uma Formação sobre algo que nos dá naturalmente prazer, e não apenas porque devemos fazer. Uma maratona de 10 horas de Formação por dia chega a saber a pouco, por nos saber tão bem.Esta é uma constatação que não nos leva à fortuna. Mas à felicidade, sim, seguramente.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Quando os pais não estão juntos.
(A minha experiência, para uma querida amiga).
Quando os pais não estão juntos, eu acredito que tudo pode correr bem. Considero que o cenário ideal será o crescimento dos filhos sob o tecto partilhado de Mãe e Pai mas, se este tecto não for feliz, saudável e real, então tudo correrá melhor num regime de separação. Bem melhor do que quando os pais estão juntos, mas mal juntos.
Na minha opinião, o melhor será, sem dúvida, que ambos estejam simultâneamente presentes na vida da criança. É a ordem natural das coisas. E rotulem-me de conservadora, mas natural, genética e socialmente existem papeis melhor desempenhados por uns do que por outros. A mãe cuida, o pai brinca. A mãe acalma, o pai disciplina, a mãe alimenta, o pai desafia. É evidente que existem excepções, e ainda bem, mas escrevo sobre o que, para mim é a generalidade. E, nas várias ocasiões da vida da criança, uns e outros papeis fazem igual falta e, se ambos estiverem presentes para colmatar estas necessidades, tanto melhor.
Mas, nem sempre tudo corre como planeamos e há que ajustar as velas e seguir um novo rumo.
Escreve-te, minha amiga, alguém que é filha de pais divorciados e que, por circunstâncias profissionais, também vive uma realidade familiar de algum afastamento, embora com contornos evidentemente diferentes do que é efectivamente uma separação entre pai e mãe. E, pela minha experiência, posso garantir-te que fui uma criança feliz e uma adolescente (dentro da natural esquizofrenia da adolescência) bastante equilibrada porque, embora não presentes na mesma casa, tanto a minha mãe como o meu pai, souberam estar presentes nos momentos certos e próprios de cada um. Se preferia tê-los tido juntos? Claro. Julgo que esta é a resposta do coração de todas as crianças. Mas fui feliz. Sou feliz. E tenho uns pais maravilhosos que estão sempre ao meu lado. E acho que isso sumariza tudo.
Verás, como aliás já estás a constatar, que pode ser francamente dificil. As crianças são extremamente perspicazes e capazes de golpes certeiros. Ouvirás agora "Quero o meu Papá", "Não gosto de ti", "Não quero estar aqui, quero ir ter com o Papá". E, por mais que nos tentemos controlar (porque racionalmente todas estas reacções são justificadas), é quase inevitável um franzir do sobrolho e uma tensão pela espinha. Não diria que te habituarás, mas sim ,que ganharás endurance para gerir estas situações.
A grande vantagem neste processo é a imensa capacidade de adaptação das crianças. Ainda nós andamos a avaliar reacções e a prever cenários, e já eles estão alinhados com o toque da nova rotina, bem mais do que nós.
Vai tudo correr bem. Saibam tu e o Pai estar ao lado da criança nos momentos certos, transmitir harmonia entre vocês e, sobretudo, zelar sempre pela felicidade de uma criança que foi gerada pelo que, de melhor, vocês tiveram juntos. Se assim for, a vossa criança ficar-vos-á grata, pelo crescimento saudável e feliz que lhe proporcionaram. Tal como eu ficarei, para sempre, aos meus pais.
Não precisas comentar.
Estarei onde precisares de mim.
Beijos!
Quando os pais não estão juntos, eu acredito que tudo pode correr bem. Considero que o cenário ideal será o crescimento dos filhos sob o tecto partilhado de Mãe e Pai mas, se este tecto não for feliz, saudável e real, então tudo correrá melhor num regime de separação. Bem melhor do que quando os pais estão juntos, mas mal juntos.
Na minha opinião, o melhor será, sem dúvida, que ambos estejam simultâneamente presentes na vida da criança. É a ordem natural das coisas. E rotulem-me de conservadora, mas natural, genética e socialmente existem papeis melhor desempenhados por uns do que por outros. A mãe cuida, o pai brinca. A mãe acalma, o pai disciplina, a mãe alimenta, o pai desafia. É evidente que existem excepções, e ainda bem, mas escrevo sobre o que, para mim é a generalidade. E, nas várias ocasiões da vida da criança, uns e outros papeis fazem igual falta e, se ambos estiverem presentes para colmatar estas necessidades, tanto melhor.
Mas, nem sempre tudo corre como planeamos e há que ajustar as velas e seguir um novo rumo.
Escreve-te, minha amiga, alguém que é filha de pais divorciados e que, por circunstâncias profissionais, também vive uma realidade familiar de algum afastamento, embora com contornos evidentemente diferentes do que é efectivamente uma separação entre pai e mãe. E, pela minha experiência, posso garantir-te que fui uma criança feliz e uma adolescente (dentro da natural esquizofrenia da adolescência) bastante equilibrada porque, embora não presentes na mesma casa, tanto a minha mãe como o meu pai, souberam estar presentes nos momentos certos e próprios de cada um. Se preferia tê-los tido juntos? Claro. Julgo que esta é a resposta do coração de todas as crianças. Mas fui feliz. Sou feliz. E tenho uns pais maravilhosos que estão sempre ao meu lado. E acho que isso sumariza tudo.
Verás, como aliás já estás a constatar, que pode ser francamente dificil. As crianças são extremamente perspicazes e capazes de golpes certeiros. Ouvirás agora "Quero o meu Papá", "Não gosto de ti", "Não quero estar aqui, quero ir ter com o Papá". E, por mais que nos tentemos controlar (porque racionalmente todas estas reacções são justificadas), é quase inevitável um franzir do sobrolho e uma tensão pela espinha. Não diria que te habituarás, mas sim ,que ganharás endurance para gerir estas situações.
A grande vantagem neste processo é a imensa capacidade de adaptação das crianças. Ainda nós andamos a avaliar reacções e a prever cenários, e já eles estão alinhados com o toque da nova rotina, bem mais do que nós.
Vai tudo correr bem. Saibam tu e o Pai estar ao lado da criança nos momentos certos, transmitir harmonia entre vocês e, sobretudo, zelar sempre pela felicidade de uma criança que foi gerada pelo que, de melhor, vocês tiveram juntos. Se assim for, a vossa criança ficar-vos-á grata, pelo crescimento saudável e feliz que lhe proporcionaram. Tal como eu ficarei, para sempre, aos meus pais.
Não precisas comentar.
Estarei onde precisares de mim.
Beijos!
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Ainda me vou arrepender disto...
Posso estar prestes a receber um novo membro na família...E concluo:
Devo estar com vontade de intercalar especialidades: ora pediatra, ora veterinário.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Maria Carros.
Estimados Avós,
Para bem do vosso ego, e visando a satisfação de retorno à vossas múltiplas ofertas e expectativa de extâse da criança ao abrir as prendas, sugiro: TROQUEM OS NENUCOS POR CARROS TELECOMANDADOS. Motas e aviões também servem.
Atenciosamente,
Quem não vos quer ver com uma grande desilusão estampada na cara...
Para bem do vosso ego, e visando a satisfação de retorno à vossas múltiplas ofertas e expectativa de extâse da criança ao abrir as prendas, sugiro: TROQUEM OS NENUCOS POR CARROS TELECOMANDADOS. Motas e aviões também servem.
Atenciosamente,
Quem não vos quer ver com uma grande desilusão estampada na cara...
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Porque nem só de gastroenterites se vive o prenúncio do Natal.
![]() |
Fonte: dofundodabarriga |
É encantador como as crianças vivem esta época e, como mãe, empenho-me por alimentar cada ritual que a enriqueça e estimule a felicidade, energia e deslumbramento dos meus filhos para com esta festividade.
Foi com afinco que treinámos (que ele me ensinava diariamente) as canções que iria cantar na Festa, e nos deliciámos com cada manobra para confeccionar o nosso contributo para o cabaz da festa, umas deliciosas e divertidas bolachinhas de Natal (na imagem).
Lá fomos, ele actuou (com um comportamento exemplar), entregou a sua oferenda e regressámos com histórias para contar. Ele ficou feliz e eu cumpri a minha missão.
Fonte: dofundodabarriga |
domingo, 11 de dezembro de 2011
O milagre da multiplicação.
Registo diário de doentes na casa:
- Filha;
- Filho;
- Pai.
Parece que o destino me reservou a Enfermagem, como actividade core dos meus dias.
- Filha;
- Filho;
- Pai.
Parece que o destino me reservou a Enfermagem, como actividade core dos meus dias.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Here we go again...
Suspeito que a Teresinha está com uma gastroenterite ou algo da mesma tenebrosa família.
Tenho um grande trauma com este bicho. O MM esteve internado, com a mesma idade, com uma gastroenterite severa e foram indiscutivelmente os mais agoniantes e desesperantes dias da minha vida.
Mais logo, visitaremos o Pediatra.
Entretanto, ela está doente - neste momento, e depois dos últimos dias, já tenho a certeza - e eu estou com um imenso nó no estômago, no coração e na cabeça.
Se dúvidas existissem... Esta é a minha missão.
Os sobressaltos com os meus filhos são como os soluços, pouco tempo nos dão para respirar.
E agora vou ali limpar a 271ª expulsão de suco gástrico.
Oi?!
- Passa da meia noite e ainda tenho emails por responder e coisas por fazer;
- Tenho uma To-Do List cheia, colorida e com poucos status Completed;
- Acordei com o Colégio alguns pares de dias para que a Teresinha lá fique mais algum tempo (mais do que o período de 2h/dia, o tempo definido para lá estar, para me libertar um pouco para mim, e também assegurar a socialização devida para a idade); E isto porque tenho assuntos para resolver, nos quais , ela não me poderá acompanhar;
- Ontem e hoje (e prevê-se que amanhã), não cumpri a hora matinal reservada ao exercício;
- Tenho uma reunião de trabalho agendada para 6ª feira (uma gentileza do meu marido que gostaria que eu acompanhasse um Cliente dele em Portugal - esta última parte não me soou nada bem...).
Então?
Isto não estava contemplado na rescisão de contrato...
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Mudar de Vida.
Há nove meses tive que repensar a minha vida. Desde então encarnei o papel principal de observadora de mim, e o papel secundário de protagonista. Observei-me, ouvi-me e esmiuçei cada estado de alma. Foi um trabalho de minúcia, acompanhado ora por angústia, ora por esperança. Ao fim de nove meses, qual ciclo materno embutido em mim, emiti o veredicto: não estava feliz.
Quando refiro que não estava feliz, não significa que andasse miserável, a sofrer privações ou males maiores, não. Significa sim, que andava a dedicar o meu tempo de forma proporcionalmente inversa às minhas prioridades, e logo as minhas realizações e troféus também não reflectiam as minhas ambições. Em resumo, tempo a mais com quem desejava menos, tempo a menos para quem merece mais. Desgaste, saturação e inconformismo a mais. Paciência, disponibilidade e satisfação a menos.
E porque não sei quantas vidas viverei, decidi mudar de vida e deixar a minha actividade profissional.
O que tenho a perder? Aparentemente, dinheiro.
O que tenho a ganhar? Seguramente serenidade. A maior disponibilidade para acompanhar a minha familia (esse Bem maior), liberdade para gerir o meu tempo, oportunidade para me dedicar a projectos que ficam sempre à minha espera (uns de lazer, outros profissionais).
É um risco. Quase soa a impropério na dinastia de Troika.
Mas se não buscarmos a nossa felicidade, afinal vivemos para quê?
Eu vivo para ser feliz. E para os fazer felizes.
Esta é a minha escolha.
________________________________________________
O meu Obrigada a todas as mensagens enviadas pelasdiversas formas, a minha gratidão nunca caberá aqui.
O meu afastamento impôs-se, por um lado, pela minha necessidade de instrospeção e análise, e por não ser conveniente/adequado expor as minhas dúvidas e ponderações, por outro.
Devia este agradecimento e explicação.
Quando refiro que não estava feliz, não significa que andasse miserável, a sofrer privações ou males maiores, não. Significa sim, que andava a dedicar o meu tempo de forma proporcionalmente inversa às minhas prioridades, e logo as minhas realizações e troféus também não reflectiam as minhas ambições. Em resumo, tempo a mais com quem desejava menos, tempo a menos para quem merece mais. Desgaste, saturação e inconformismo a mais. Paciência, disponibilidade e satisfação a menos.
E porque não sei quantas vidas viverei, decidi mudar de vida e deixar a minha actividade profissional.
O que tenho a perder? Aparentemente, dinheiro.
O que tenho a ganhar? Seguramente serenidade. A maior disponibilidade para acompanhar a minha familia (esse Bem maior), liberdade para gerir o meu tempo, oportunidade para me dedicar a projectos que ficam sempre à minha espera (uns de lazer, outros profissionais).
É um risco. Quase soa a impropério na dinastia de Troika.
Mas se não buscarmos a nossa felicidade, afinal vivemos para quê?
Eu vivo para ser feliz. E para os fazer felizes.
Esta é a minha escolha.
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O meu Obrigada a todas as mensagens enviadas pelasdiversas formas, a minha gratidão nunca caberá aqui.
O meu afastamento impôs-se, por um lado, pela minha necessidade de instrospeção e análise, e por não ser conveniente/adequado expor as minhas dúvidas e ponderações, por outro.
Devia este agradecimento e explicação.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Com um brilhozinho nos olhos.
Com um brilhozinho nos olhos,
Ela olha para mim, e rodopia o braço.
Exibe a minha pulseira. Faz-se vaidosa. Mostra-se feliz.
E coisa mais preciosa no mundo não há.
Tira a pulseira e oferece-ma. Com um sorrisinho nos lábios.
Sabe que lhe devolverei de seguida, e sorri com este vaivém nosso.
Irradia ternura.
Hoje soube-me a tanto.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Dormir 237 horas seguidas. Precisa-se!
Não há como negar esta evidência, quando:
- Pela 4ª vez (felizmente não consecutiva), faço compras no Pingo Doce, passo todos os produtos na caixa, arrumo nos sacos e constato, perante o olhar desconfiado da operadora de caixa, que não levo a carteira Peço para me guardarem tudo, vou a casa buscar o cartão e retorno para honrar a minha compra (mas certamente já serei tida como suspeita de burla);
- Ofereço bacalhau com grão à Teresinha, e migalhinhas de pão ao Miguel Maria;
- Guardo a embalagem de pó de chocolate para o leite, no frigorífico;
- Depois do banho, troco o desodorisante por espuma do cabelo (..., sem comentários, pf...).
- Pela 4ª vez (felizmente não consecutiva), faço compras no Pingo Doce, passo todos os produtos na caixa, arrumo nos sacos e constato, perante o olhar desconfiado da operadora de caixa, que não levo a carteira Peço para me guardarem tudo, vou a casa buscar o cartão e retorno para honrar a minha compra (mas certamente já serei tida como suspeita de burla);
- Ofereço bacalhau com grão à Teresinha, e migalhinhas de pão ao Miguel Maria;
- Guardo a embalagem de pó de chocolate para o leite, no frigorífico;
- Depois do banho, troco o desodorisante por espuma do cabelo (..., sem comentários, pf...).
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Conversas miúdas #9
Hoje, ao jantar.
Eu: "Come tudo até ao fim, está quase."
MM: "Tudo menos os rabos!".
Eu: "?!!!... Os rabos?"- Entretento pensei se ele teria ouvido falar de rabos de bacalhau no Colégio - "Mas isso não são rabos, são lombinhos de bacalhau..."
MM: "Não!!!!! Estes rabos é que eu não quero":
Eu: "Come tudo até ao fim, está quase."
MM: "Tudo menos os rabos!".
Eu: "?!!!... Os rabos?"- Entretento pensei se ele teria ouvido falar de rabos de bacalhau no Colégio - "Mas isso não são rabos, são lombinhos de bacalhau..."
MM: "Não!!!!! Estes rabos é que eu não quero":
(Grão... Mas, observando bem, até o entendo!)
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
O meu Fiel Jardineiro.
Seja num parque, num prado, na avenida ou mesmo na obra.
Seja qual for o grau de dificuldade, ele encontra-as e vem ao meu encontro.
Estica-se, dobra-se, baixa-se, deita-se.
Estende o braço, estica os dedos e alcança-a.
Normalmente, são muito delicadas, frágeis e pequeninas.
À semelhança das mãozinhas que as buscam.
Vem, entusiasmado com a oferta, ter comigo.
Exibe um sorriso de orgulho pelo feito, e por adivinhar a minha satisfação.
"É 'pa ti, Mamã."
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Dress Addiction
Que eu sou uma fanática por vestidos, é um facto.
Que a minha filha tenderá a sê-lo também, é uma probabilidade a caminho da certeza.
Que a minha filha tenderá a sê-lo também, é uma probabilidade a caminho da certeza.
E estes já aqui estão, pendurados e cheirosos.
À espera de a fazer ainda mais menina, mais delicada, mais irresistível.
A minha coquette Teresinha.
Todos da DOT. A minha marca de eleição para ela.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Não exageremos...
Hoje, em conversa com um pintor que levei à obra para me dar um orçamento:
"Se fosse comigo, eu nem sei, menina. Olhe, sei, sei sim! Dava-lhe um tiro! Um tiro e era pouco!" (Isto a propósito de algumas imperfeições que estão por corrigir...).
Pronto, é isto que uma pessoa se arrisca a ouvir por falar com estranhos.
Isto e um medo a subir-me pela espinha, ao imaginar o que me aconteceria se, naquele momento, lhe disse-se: "Pois, de facto não tem o perfil que procuramos...".
Um medo. Um medo e era pouco!!!
"Se fosse comigo, eu nem sei, menina. Olhe, sei, sei sim! Dava-lhe um tiro! Um tiro e era pouco!" (Isto a propósito de algumas imperfeições que estão por corrigir...).
Pronto, é isto que uma pessoa se arrisca a ouvir por falar com estranhos.
Isto e um medo a subir-me pela espinha, ao imaginar o que me aconteceria se, naquele momento, lhe disse-se: "Pois, de facto não tem o perfil que procuramos...".
Um medo. Um medo e era pouco!!!
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Ter pulso.
Primeiro é o papel-do-papel-do-papel-do-papel. Depois a fortuna para pagar à onça de papel. Entretanto a retroescavadora que parou a meio caminho. Conta-se também com feriados e pontes e férias. E afinal o material encomendado está esgotado. Ah, e para compôr o processo, chega a crise, e a troika, e o crédito mal-parado. E, um construtor consumido pelas contas. Ah, e nós, clientes, que não pagamos serviço em regime de pré-pagamento. Adivinha-se facilmente um intervalo infeliz para esta história: obra parada.Há agora que estabelecer novos contactos, visitar fornecedores, negociar directamente preços e materiais, e assumir o controlo do trabalho. Assim mesmo, num mano-a-mano, sem margem para derrapagens.
Construir uma casa é um processo inspirador. E acredito que o momento do "chave na mão" se assemelhe a um parto, esquecemos todas as dores e exibidos um rasgado sorriso de satisfação. Mas, caras amigas e amigos, é preciso ter muita endurance e, sobretudo pulso, pulso firme.
E é isto, vamos a obras.
Caso me vejam adoptar um estilo diferente, um pulso mais firme, cicatrizado e ornamentado por pulseiras de metal com caveiras, correntes, picos e argolas, já estarão contextualizados. Isto com missangas, não vai lá.
sábado, 3 de setembro de 2011
A eterna relação do Amor com o Estômago.
Enternecido, ele olha para ela e diz com voz doce:
- "Minha hamburguerzinha..."
Questionei-o para me certificar se teria entendido bem.
- "Sim Mamã, a mana é a minha hamburguer!".
E logo ele, que tem um estomâgo pequenino e selectivo...
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Não me apetece.
Está tudo bem por cá.
Existiram algumas alterações, significativas, sim.
Vão existir mais. Mas estamos a encaixar-nos.
Por estas, perdi algum do meu tempo livre. Ou a vontade de escrever, quando surge um escasso tempo livre. E porque não faço (quase) nada por obrigação.
Os miúdos estão espantosos.
Comecei este Blog, porque me apetecia (título do primeiro post).
Ultimamente não tenho escrito, porque não me apetece.
Quando me voltar a vontade, o que pode acontecer imprevisivelmente amanhã, volto aqui.
Beijos e obrigada pelas mensagens (a elas devo este Post).
Existiram algumas alterações, significativas, sim.
Vão existir mais. Mas estamos a encaixar-nos.
Por estas, perdi algum do meu tempo livre. Ou a vontade de escrever, quando surge um escasso tempo livre. E porque não faço (quase) nada por obrigação.
Os miúdos estão espantosos.
Comecei este Blog, porque me apetecia (título do primeiro post).
Ultimamente não tenho escrito, porque não me apetece.
Quando me voltar a vontade, o que pode acontecer imprevisivelmente amanhã, volto aqui.
Beijos e obrigada pelas mensagens (a elas devo este Post).
domingo, 26 de junho de 2011
Piquenique.
Está demasiado bom tempo para se ficar em casa.
As estradas estão cheias de filas para a praia.
As praias estão cheias de gente.
E o que fazer se não se quer ficar em casa, nem se meter no meio da gente?
Improvisar. Um piquenique em plena obra.
É tudo uma questão de atitude.
As estradas estão cheias de filas para a praia.
As praias estão cheias de gente.
E o que fazer se não se quer ficar em casa, nem se meter no meio da gente?
Improvisar. Um piquenique em plena obra.
É tudo uma questão de atitude.
sábado, 25 de junho de 2011
'Tá bem?... Pronto.
Vá, já chega de conversa miúda e agora vamos dormir um "bocaguinho" 'tá bem? Pronto...
*Uma das muitas vantagens de se ter filhos tão pequeninos, é poder apreciar estas conversas. Estes sim, dialectos de ternura.
sábado, 28 de maio de 2011
Garanhão.
Está a passar um vídeoclip da Beyoncé na TV. O meu filho absorto, imóvel, focado naquela movimentação feminina, diz:
- "Eu gosto disto...".
- "Eu gosto disto...".
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Oito.
Só os teus oito meses, minha Teresinha, me fazem vir aqui, investir palavras para as recordações, no meio da agitação desta nossa vida nos últimos tempos.Acho que começa a ser altura de registar as tuas conquistas:
- Já tens rotinas e gostas de cumpri-las (sais tanto à Mãe...);
- És muito independente. Adoras afagos, encantas-te com mimos mas não dispensas o teu espaço (sais ainda mais à Mãe...);
- Sabes sugerir tudo o que queres;
- Brilhas quando danço contigo;
- Enamoras-te do teu Pai, sempre que ele chega;
- Tens a particularidade de chuchar no dedo polegar direito, as chuchas são brinquedos;
- Só gostas de iogurte aquecido;
- Aliás, só gostas mesmo de tudo quentinho (já disse que sais à Mãe?);
- Já comes peixe. E gostas! (Tão Mãe, tão Mãe!!);
- Despachaste uma Varicela (inevitável face aos tantos beijos besuntados do Mano) ;
- Dás uns gritinhos adoráveis quando me vês chegar, já sabes que vamos passear depois buscar o mano;
- Já competes comigo no número de vestidos;
- Se te contrariam, fazes birra (Sais mesmo ao Pai!);
- És doida pelo Mano (juntos superam qualquer gargalhada, qualquer brincadeira, qualquer espectacularidade);
- És tão feminina e sedutora.
- Nota-se que és feliz.
Somas conquistas.
E conquistas-nos há oito meses.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
A Reinvenção dos Naipes.
Eu: Que Carta é esta, filho?
MM: 7 Coração.
Eu: E esta?
MM: 5 Folha.
Eu: Então e esta?
MM: 3 Uvas.
Eu: E agora?
MM: 9 Papagaio.
(Coração=Copas; Folha=Espadas; Uvas=Paus; Papagaio=Ouros).
terça-feira, 3 de maio de 2011
Associação de conceitos.
MM: "Mamã, já fomos a esta colher..."
Eu: "O quê, filho?!"
MM: "A esta colher! Já fomos e o Miguel Maria gostava muito de ir à colher outra vez...".
Eu: "...." = Aqueles vazios que as Mães fazem enquanto tentam raciocinar sobre algo aparentemente irraciocinável.
MM: "Vamos à colher, vamos?"
Lá peguei na colher onde ele tanto queria ir e percebi : IKEA....
**********
Eu: "Filho, diz-me lá que números estão nessas peças." (Jogo didático em cima da mesa).
MM: "1, 2, 3, 4, 5, 6, Olha-a-Bola-Manel, 8, 9....
Eu: "Quêee?!"
Lá voltei a fazer a dita pausa para o raciocinio desafiante... No CD que ouvimos regularmente no carro, a música Olha a Bola Manel, que ele tanto adora, ocupa a 7ª posição....
Eu: "O quê, filho?!"
MM: "A esta colher! Já fomos e o Miguel Maria gostava muito de ir à colher outra vez...".
Eu: "...." = Aqueles vazios que as Mães fazem enquanto tentam raciocinar sobre algo aparentemente irraciocinável.
MM: "Vamos à colher, vamos?"
Lá peguei na colher onde ele tanto queria ir e percebi : IKEA....
**********
Eu: "Filho, diz-me lá que números estão nessas peças." (Jogo didático em cima da mesa).
MM: "1, 2, 3, 4, 5, 6, Olha-a-Bola-Manel, 8, 9....
Eu: "Quêee?!"
Lá voltei a fazer a dita pausa para o raciocinio desafiante... No CD que ouvimos regularmente no carro, a música Olha a Bola Manel, que ele tanto adora, ocupa a 7ª posição....
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Ah pois...
Isto (o Post em baixo) é o que se chama dar o peito às balas.
Portanto agora, é preparar-me para elas! Ou seja, para as agruras e os azares.
E já começou. Fui ao supermercado e a conta já me lixou o resto da semana.
Portanto agora, é preparar-me para elas! Ou seja, para as agruras e os azares.
E já começou. Fui ao supermercado e a conta já me lixou o resto da semana.
...Pero que las hay, las hay.
Dizia Cervantes a propósito das Bruxas nas quais, tal como eu, não acreditava.
Às vezes dizem-me que devo esconder a alegria, a felicidade ou tão somente a normalidade do meu dia-a-dia, porque a inveja tem muito poder, porque a má-fé não dorme , etc, etc, etc. Embora seja uma nacionalista devota, não me consigo alinhar com a cultura protecionista do "vai-se andando" ou do "vai-se mais ou menos, já se viveram dias melhores" e outros chavões igualmente mártires. Não que eu seja a tele-vendedora de optimismo em comprimidos mas, na verdade, não gosto de expor ao alheio as minhas fraquezas e as dos meus, portanto advogo com mais facilidade o "Está tudo óptimo. Tudo corre lindamente, obrigada.".
A verdade é que existem momentos na minha vida em que a sucessão de maleitas é tão farta e forte, que quase chego a acreditar que não pode ser obra do acaso. E, embora a contra-gosto, devo admitir que por cada optimismo que vendo, me pagam com dois ou três dissabores.
Mas, bruxas-maus-olhado-enguiços-e-o-diabo-a-sete:
No fim, fica sempre tudo bem. Nem tanto por mérito meu, mas porque faço parte daquela selecção sacana que nasceu virada para uma lua brilhante. Mesmo.
E sim, está tudo bem. obrigada.
Boa semana!
Às vezes dizem-me que devo esconder a alegria, a felicidade ou tão somente a normalidade do meu dia-a-dia, porque a inveja tem muito poder, porque a má-fé não dorme , etc, etc, etc. Embora seja uma nacionalista devota, não me consigo alinhar com a cultura protecionista do "vai-se andando" ou do "vai-se mais ou menos, já se viveram dias melhores" e outros chavões igualmente mártires. Não que eu seja a tele-vendedora de optimismo em comprimidos mas, na verdade, não gosto de expor ao alheio as minhas fraquezas e as dos meus, portanto advogo com mais facilidade o "Está tudo óptimo. Tudo corre lindamente, obrigada.".
A verdade é que existem momentos na minha vida em que a sucessão de maleitas é tão farta e forte, que quase chego a acreditar que não pode ser obra do acaso. E, embora a contra-gosto, devo admitir que por cada optimismo que vendo, me pagam com dois ou três dissabores.
Mas, bruxas-maus-olhado-enguiços-e-o-diabo-a-sete:
No fim, fica sempre tudo bem. Nem tanto por mérito meu, mas porque faço parte daquela selecção sacana que nasceu virada para uma lua brilhante. Mesmo.
E sim, está tudo bem. obrigada.
Boa semana!
sábado, 23 de abril de 2011
Sete meses.
Olho o teu sono e estremeço.
A perfeição que transmites rejubila-me e inquieta-me.
A minha felicidade poderia resumir-se a esse só momento.
Assim como todos os medos da minha vida.
O meu egoísmo quer acordar-te com beijos, abraços e aconchegos.
Mas aplaco o impulso com a serenidade com que me invade a tua imagem.
Olho o teu sono e enriqueço.
Todos os dias.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Fatalista?
Fui buscar o MM ao Colégio e dizem-me que ainda não regressaram da visita de estudo (o que já seria suposto a esta hora) e para, por favor, voltar mais tarde.
Eu penso:
1) Tiveram um acidente, levaram as crianças para o hospital e só avisam os pais depois dos diagnósticos;
2) As crianças já chegaram, mas como perderam o meu menino e ainda andam à procura dele, não tiveram coragem para mo dizer;
3) Foram todos sequestrados.
E agora vou continuar aqui sentadinha, à espera, e a traçar cenários hitchcockianos.
Eu penso:
1) Tiveram um acidente, levaram as crianças para o hospital e só avisam os pais depois dos diagnósticos;
2) As crianças já chegaram, mas como perderam o meu menino e ainda andam à procura dele, não tiveram coragem para mo dizer;
3) Foram todos sequestrados.
E agora vou continuar aqui sentadinha, à espera, e a traçar cenários hitchcockianos.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Sobre a mudança.
Temos mudado muito nos últimos dias, e agora posso dizer que estou em mudança em plena hora de ponta.
Sei que me esperam períodos difíceis.
Sei que serão cerca de seis meses de apneia.
Sei que vou ter que me habituar.
E sei que ainda não sei o que fazer depois.
Mas acredito também, que de todas as escolhas que fazemos, algum beneficio advém.
Se nos esmerarmos, se nos esforçarmos, se virmos mais além.
E é nisso que me irei focar, ver para além dos obstáculos e receber, de braços ansiosos, as alegrias de uma vida diferente.
Sei que me esperam períodos difíceis.
Sei que serão cerca de seis meses de apneia.
Sei que vou ter que me habituar.
E sei que ainda não sei o que fazer depois.
Mas acredito também, que de todas as escolhas que fazemos, algum beneficio advém.
Se nos esmerarmos, se nos esforçarmos, se virmos mais além.
E é nisso que me irei focar, ver para além dos obstáculos e receber, de braços ansiosos, as alegrias de uma vida diferente.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Saca-ranhos.
Alguma mãe acredita que estes aparelhos filtram mesmo a ranhoca dos pequenos?
Eu, quando era principiante, acreditava. Agora, depois de 7.453 narizinhos aspirados, deixei-me de purezas. Não acredito que seja sugestão a impressão que me fica na garganta depois de puxar...
Posso dizer com todo o despudor e convicta do travo que me fica na boca, que além de limpar cocós, acordar no meio de xi-xis, e levar com vomitados, também chupo ranho.
Definitivamente, ser Mãe não é tarefa para pessoas impressionáveis.
E eu, que era tão nogentinha...
Não há dúvida que os filhos nos evocam um upgrade às competências.
domingo, 17 de abril de 2011
Já aceitei.
Casar com quem "faz-de-conta-que-somos-casados-mas-sem-chatices-de-papeis" há 5 anos.
E aconteceu quando tinha que acontecer. Sem planos. Sem perdas de tempo. Sem complicações.
Tivemos muitos imprevistos. Tantos. Fica um bom jogo de cintura no registo e boas histórias para contar aos miúdos no futuro.
Se muda muita coisa?
Para nós, não creio. Para as crianças, acredito que sim. Para o Estado, seguramente.
Que sejamos o suporte, sempre que um do outro precise. E isso é algo para não mudar.
Aos amigos.
Se souberam agora ou se virão a saber depois, já conhecem esta família.
Mudanças, determinação e discrição são coordenadas da casa.
Um dia destes contamo-vos esta história e tilintamos uns flutes!
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Cenas insólitas de um Casamento #3
Supostamente hoje seriam as despedidas de unidos de facto.
Mas essa parte da festa acontece para aqueles que não têm filhos.
1. Ela está com febre, entupida e com uma tosse de cão (aí de um Serra da Estrela pois não faz a coisa por menos).
2. Ele está com Varicela. O meu querido filho parece um agregado de familias numerosas de borbulhas suportado por duas perninhas magricelas. Sete dias em casa.
E é este o cenário de uma véspera de casamento.
Por algum motivo, tradicionalmente, o casamento precede os filhos.
E eu acredito que seja por um destes dois.
Mas essa parte da festa acontece para aqueles que não têm filhos.
1. Ela está com febre, entupida e com uma tosse de cão (aí de um Serra da Estrela pois não faz a coisa por menos).
2. Ele está com Varicela. O meu querido filho parece um agregado de familias numerosas de borbulhas suportado por duas perninhas magricelas. Sete dias em casa.
E é este o cenário de uma véspera de casamento.
Por algum motivo, tradicionalmente, o casamento precede os filhos.
E eu acredito que seja por um destes dois.
sábado, 9 de abril de 2011
Cenas insólitas de um Casamento #2
As alianças ainda não chegaram.
O restaurante ainda não está marcado.
O dress code não está definido.
Tive uma ideia de manhã e ainda vou alterar o design do bolo.
E faltam 3 dias.
O meu primeiro casamento teve episódios hilariantes que, ainda hoje contados, ninguém acredita. Mas este concorre com afinco para o destronar no campo da imprevisibilidade e do improviso. A diferença é que o primeiro teve 6 meses de preparação e este, 6 dias.
Mas vá, tudo se resumirá a uma questão de eficácia.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Cenas insólitas de um casamento.
Marcar um casamento em 6 dias.
Avisar os convidades em 5 dias.
Arranjar as alianças em 3 dias.
Para quê complicar?
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Quando o massagista não é Gay.
É caso para se sentir alguma tensão nos músculos e impôr-se um silêncio constrangedor. Pois é. Mas só durante os breves minutos que antecedem o tratamento. A partir do momento em que, se acendem as velas aromáticas, se liga a música oriental, se espalha o óleo de essências e entramos em estado zen, aí, sem qualquer intenção de desprimor para com o executante, a verdade é que, para mim, fica tudo reduzido a um par de mãos, agraciadas pelos deuses, diga-se.
Acontece que acumulei algumas sessões de masssagens do período da gravidez (deixei de as fazer, por precaução, ao 8º mês de gestação) e agora, ao fim de 6 meses a trocar fraldas, sem dormir períodos de mais de 3 horas consecutivas, regresso ao ritmo esquizofrénico do meu meio profissional, achei mais do que justo, uma vez por semana, dar tréguas ao corpo e à cabeça.
E posso agora dizer, que o meu massagista, com pouco conhecimento pessoal entre nós, já me faz ter apreço por ele como se de um melhor amigo se tratasse considerando a escala do bem que me faz. Se é gay, deixa de ser (que efectivamente não é), é-me agora absolutamente indiferente. Tudo se resume a dois principios : profissionalismo deles e auto-confiança nossa. Tal como acontece com o ginecologista/obstetra.
Verdade seja escrita, as minhas relações (de todos os âmbitos) são bem mais sãs com homens, do que com mulheres.
Para finalizar, existe uma grande vantagem em não ter um massagista gay ou mulher :
Estes promovem o nosso melhor ao invés de competirem connosco.
terça-feira, 5 de abril de 2011
?
E daqui a 6 meses?
Não faço a mínima ideia como estará a minha Vida...
Posso encarar esta incógnita de duas perspectivas:
1) Ai... Que stress. E agora o que é que eu faço?
2) UAU! Que aventura. Crianças, get ready for this!
As decisões ganham quilos de responsabilidade quando se tem filhos.
E agora, ou vou ali tomar um Vomidrine (que, para quem raramente toma medicamentos, é coisa para me deixar alheada do mundo durante dois dias) e aguento-me entre bocejos e sorrisos dementes; ou, encaro a imprevisibilidade da minha vida a médio prazo, como algo absolutamente ligeiro e digerível e actuo como se nada fosse... Alguém escolha por mim, se faz favor, pois estou farta de decidir.
Não faço a mínima ideia como estará a minha Vida...
Posso encarar esta incógnita de duas perspectivas:
1) Ai... Que stress. E agora o que é que eu faço?
2) UAU! Que aventura. Crianças, get ready for this!
As decisões ganham quilos de responsabilidade quando se tem filhos.
E agora, ou vou ali tomar um Vomidrine (que, para quem raramente toma medicamentos, é coisa para me deixar alheada do mundo durante dois dias) e aguento-me entre bocejos e sorrisos dementes; ou, encaro a imprevisibilidade da minha vida a médio prazo, como algo absolutamente ligeiro e digerível e actuo como se nada fosse... Alguém escolha por mim, se faz favor, pois estou farta de decidir.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Às voltas.
Ando, há uma semana, submersa numa tomada de decisão. Aliás, há quase dois meses que a dita não me larga. Onde quer que vá, diga o que disser ou pense no que for. Tem sido um processo de decisão por demais penoso. Está quase a terminar. E ainda não está decidido.
Vejo as voltas que a vida pode dar.
Vejo a vida que estas voltas me podem dar.
Já devia estar decidia, nesta altura. Mas não,estou é tonta.
Mas, uma coisa é certa, a vertigem destas voltas já me deu novos despertares.
Seja a decisão uma, ou outra, uma das partes da minha vida, com tanto esmiúçar, esfarelar, esmigalhar tem-se restaurado.
De resto, sinto-me em pleno Cabo das Tormentas. Não está a ser fácil dobrá-lo.O livre-arbítrio pode ser esmagador.
terça-feira, 29 de março de 2011
Uma questão de Salto.
Uma evidência dos meus últimos dias, é o facto de os saltos altos voltarem a ocupar 70% do meu dia.
Isto significa que voltei a ver mais alto. Muitas vezes mesmo, de cima para baixo. Esta atitude revela um misto de elegância e prepotência do mundo adulto, mas sobretudo, do meio profissional.
De saltos altos é mais fácil impôrmos a nossa presença. A barriga das pernas fica mais torneada, a postura é obrigada a mostrar-se firme, o porte torna-se mais solene e, sobretuto, a atitude tem de revelar confiança. Isto não é fácil e comporta algum esforço e disciplina física. Porém, estes tornam-nos mais resistentes (depois de um dia inteiro de reuniões e apresentações em saltos altos, qualquer projecto megalómano que surja é alpista). Por outro lado, justificam alguma assertividade das nossas orações e o nosso discurso directivo (pois precisamos de nos despachar até encontrar o assento mais próximo).
Uma outra vantagem prende-se com o poder vocal que se adquire. Como estamos mais altas, ganhamos vantagem com a acústica e, como tal, também nos ouvem melhor. Um "Fui clara?..." sobre salto alto é bem mais esclarecedor do que o mesmo "Fui clara?..." sobre uma sabrina.
Além de tudo isto, a profissional em salto alto é extremamente focada. Não perdoa margem para desvios ou distracções. Qualquer percalço poderá traí-la com uma queda embaraçosa que comprometeria todo um esforço que durara desde as sete da manhã (hábitos da Cinderela moderna).
Posto isto, cuidado, voltei à visão panorâmica. Temam por decisões vindouras.
Mas, é claro, no final do dia, arrumo os saltos.
Descalço-me, meto-me de gatas, de joelhos, sem que qualquer constrangimento me limite ou me entedie. Olho para os meus filhos e deixo de ver o mundo do alto para voltar a ver um mundo melhor.
sexta-feira, 25 de março de 2011
"Andas-te a passar..."
... Deve andar ele a pensar, sempre que me vê chegar a casa.
MM: "Mamã, então????"
Eu: "Então o quê, filho?"
MM: "Então Mamã, onde andas???"
Eu: "Querido, ando a trabalhar..."
MM: "Ai..."
Ai Filho. Ai que se acabou a Mãe a tempo inteiro e ai que agora tenho tanto para trabalhar e ai que tu ainda não te convenceste. Ai, ai.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Seis Meses.
Há quinze meses tudo começou e, hoje, nada voltou a ser igual.
É tudo muito melhor!
Parabéns pelo meio ano de vida, Princesa Maria Teresa.
terça-feira, 1 de março de 2011
Está mesmo quase.
Estou quase a deixar de ser Mãe a tempo inteiro.
Isso entristece-me.
Estou quase a voltar a ser a Profissional.
Isso entusiasma-me.
Mas esta visão não é simétrica. Por mais irracional que pareça, sentir-me-ei culpada sempre, por todas as manhãs em que tiver de me separar deles e entregá-los a outros, que não são deles.
Isso entristece-me.
Estou quase a voltar a ser a Profissional.
Isso entusiasma-me.
Mas esta visão não é simétrica. Por mais irracional que pareça, sentir-me-ei culpada sempre, por todas as manhãs em que tiver de me separar deles e entregá-los a outros, que não são deles.
Assim, até lá, serei ainda mais, deles.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Cinco Meses.
Cinco meses teus e os meus sentidos mais apurados.
Ver-te, faz-me ver o meu Mundo perfeito.
Cheirar-te, faz-me sentir uma Paz inquebrável.
Ouvir-te, faz-me sorrir a alma.
Tocar-te, faz-me sentir eterna.
Provar-te, faz-me encher de amor.
Melhoraste-me em tudo.
E tenhas tu, cinco meses, cinco anos, cinco décadas, de alguma forma estarei ao teu lado, para te ver, cheirar, ouvir, tocar e beijar, sempre que o queiras.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Meu Inspectorzinho de Obra.
Depois de o tirar da banheira, e depois de o limpar, enrolou-se todo na toalha a jeito de tenda, dizendo-me que ía para o tarreno. E começou.
- "Olá Sinhores! Está tudo bem?"
- "Sim? Boa."
- "E o que estão a fazer?"
- "Ah, a meter o tijolo! Deve ser muito dive'tido."
- "Ah, e 'tá ali uma retabadoura (retroescavadoura)!!! Vão arrumar a terra, não é? Pois..."
- "Ah, e também 'tão a fazer o talhado. Que giro.
- "Pronto sinhores, o Miguel Maria tem que ir embora, mas eu amanhã volto, 'tá bem? 'Tá?"
- "Adeus sinhores!!!"
- "Pronto Mamã, já voltei do tarreno! 'Tá tudo bem!".
Nesta altura, sai debaixo da toalha de banho e retomamos a tarefa.
E nisto resultam as inspecções diárias de Pai e Filho à obra.
Será melhor apressar-me a estudar conteúdos de construção civil ou, não tarda, não terei resposta para muitas perguntas que por aí se adivinham.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Sim ou Não. Aqui ou Ali.
Escolhas. Decisões. Mudanças.
Já mudei um pouco.
Estou a mudar alguma coisa.
Tenho bastante para mudar.
Em mim. Em meu redor. Onde estou. No que faço. Como faço.
Sempre andei com a mudança ao colo. E esta, quase sempre, me deu um abraço. Não tenho do que me queixar.
Talvez pela minha essência, pelos passos que dei e pelas pessoas que conheci, a necessidade de mudança, frequentemente me assalta o pensamento.
Às vezes tento contrariá-la, mas não me consigo contrariar, não a mim.
Às vezes estou sossegada, mas desassosegam-me, sim a mim.
Não creio ser coisa de louco, creio ser coisa humana, este querer mais e melhor, este não abrandar enquanto não realizar.
E, nestes dias, ela por aqui anda.
Puxa-me a perna, o braço e a orelha, e eu faço-me desentendida mas, como disse, a mim não me engano eu.
Algumas mudanças desejadas, algumas necessárias. Voluntárias e não.
Ora latentes, ora eminentes. Mas todas difíceis.
E tomarmos uma decisão é lixado.
Preciso dormir.
Está decidido.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Por se falar em Amor.
A minha filha enamorou-se.
Anda encantada, deslumbrada, mesmo apaixonada.
Enamorou-se de um Ranger do Espaço.
Os seus olhos faíscam, quando o vê.
Os suas pestanas redobram, quando o ouve.
Os seus pézinhos ficam em pontas, quando o toca.
Temo pelo confronto entre uma futura realidade e as expectativas agora criadas.
Deverei avisá-la que serão poucos os homens que lhe dirão: "Vim para salvar o planeta, vamos juntos nesta aventura!"?;
Deverei alertá-la que serão escassos os que lhe manterão um sorriso permanentemente sincronizado com um olhar sedutor, no matter what?
Deverei dizer-lhe que menos ainda irão articular-se acrobaticamente só para a fazer sorrir?
Acho que não. Não devo fazer nada.
Porque são poucos, quase nenhuns, mas existem. E eu sei disso.
Porque espero que a vida lhe reserve alguém que lhe ensine o Amor, o outro tipo de Amor.
Porque olho para ela e quase lhe vejo as borboletas na barriga quando ela o vê.
E isso é um Amor.
Um Amor de brincar, de plástico, a pilhas, entre fraldas e colheradas de sopa pelo meio, mas um Amor.
Um primeiro Amor.
__________
*Buzz, enquanto a fizeres sorrir e a motivares a comer a sopa toda, tens livre trânsito pela casa e recarrego-te semanalmente essas pilhas!
As Mães conseguem ver o que querem.
Ontem o Miguel Maria passou por mim a correr e observei-o. "Está tão crescido", pensei.
E constatei que estava realmente mais gordinho - dentro do género magro-gordo, pois gordo nunca será. Notava-se claramente. Efectivamente ele tem andado a comer muito melhor e isso alegra-me e tranquiliza-me. E ontem, o físico dele, sobretudo as pernas dele, correspondiam visivelmente a isso.
E eu ostentava um sorriso palerma na cara, finalmente o rapaz estava a deixar de ser lingrinhas.
Mas depois, observei melhor e notei algumas saliências estranhas. O rapaz também não anda a comer o suficiente para já ter criado flancos de gordura... Chamei-o para averiguar e apalpar terreno.
Dois - DOIS! - pares de calças* (sendo umas grossas de fato-de-treino e outras grossas de pijama!) e umas pernas magrinhas, foi o que encontrei.
E assim se quebra o encanto de uma mãe.
__________________
*Isto é o que dá dizer-lhe para vestir o pijama sozinho. O seu pragmatismo masculino leva-o a vestir, sem perder tempo com o despir primeiro!
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Dá-me música.
MM: "Mamã, quero coca-cola, por favô."
Eu: "Primeiro acaba de comer o que tens no prato.
(...)
Eu: "Agora já podes beber, mas só um bocadinho pois sabes que faz mal à barriga."
MM: "Hummm... Que bom. Sabes Mamã, eu adoro coca-cola. E adoro a Mamã."
***
MM: "Fogo pá!"
Eu: "Como ?!"
MM: "Nada Mamã, eu não dizei e não fazi nada.
Eu: "A Mamã não gosta que digas disparates."
MM: "Pois não Mamã. Eu pisco (explico): o Miguel Maria não diz parates e também não mexe na tasoura. Só a Mamã é que mexe poqué g'ande e quescida."
_____________________________________
Filho,
Divirto-me tanto contigo.
Com o teu racciocínio e com o teu dialecto, tão cheios de ternura infantil.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
A Abelha Berta.
As minhas horas de jantar voltaram a ser forçosamente criativas.
Já recuperei algumas que tinha criado para o Miguel Maria, mas agora crio novas para a Teresinha.
No fim, misturo tudo e leio-as, entre colheres, a um e a outra.
Já recuperei algumas que tinha criado para o Miguel Maria, mas agora crio novas para a Teresinha.
No fim, misturo tudo e leio-as, entre colheres, a um e a outra.
Era uma vez,
Berta, a Abelha sempre alerta.
A Berta nasceu numa flor cheirosa,
Cresceu e ficou uma abelha vaidosa.
Um dia decidiu sair da flor,
Para mostrar ao mundo a sua cor.
Esta era uma abelha bonita,
Com uma boquinha vermelha,
E um vestido à maneira,
A Berta ficava toda catita.
Mas Berta, achava que era a mais esperta
Não podia haver abelha igual a ela,
Que Berta ia logo à descoberta,
E mostrar qu'ela era a donzela!
Num lindo dia andava a voar,
E num malmequer foi pousar.
Mas nessa altura veio um caçador
Que lhe pregou um susto mesmo assustador!
A Berta voou de flor em flor,
E acelerava cada vez mais aflita,
Não tinha gostado nada daquela visita
"Óh senhor caçador, faça-me um favor
Deixe-me ir embora,
Não me feche na gaiola!
Vá agora procurar
outra abelha para apanhar!"
E então o caçador respondeu :
"Berta, pára com esse sururu
Outra abelha não quero eu
Pois não há nenhuma tão bonita como tu."
A Berta aí ficou alerta
Afinal já não queria ser a favorita
Era melhor ser mais amiga e esperta
Do que bela e maldita.
Foi aí que o caçador se distraiu
E a nossa abelha aproveitou e fugiu.
Voou para a sua flor rapidamente
E no caminho até já ia diferente.
Quando lá chegou,
Deitou-se na sua pétala e chorou
Agora ia ser a mais amiga
E acabar com tanta intriga.
E assim terminou
A história da abelha vaidosa,
E foi então que começou
A história da Bert'Amorosa!
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
A Era Chop-Chop.
A Teresinha começou a comer sopa há duas semanas.Reformulando, a Teresinha começou a praticar os actos de cuspir, soprar e expelir.
Sejam brancas, laranjas ou verdes, as sopas não a convencem.
E para a convencer, sobro eu. Eu branca, laranja e verde.
Eu a cantar, a assobiar, a declamar onomatopeias.
Ela há-de comer. Há-de, há-de.
E eu hei-de acabar como animadora cultural da Associação de Moradores.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
O sopro do Coração.
- "Como ?!?!?!" - Questionei eu, quase em estado de sítio emocional.
- "É simples Mãe. Enfiamos um cateter no coração e fechamos aquilo. É claro que a criança leva anestesia geral. Entra num dia e, correndo tudo bem, sai no outro. Simples".
Simples. Para ele. Nada simples para mim. Imaginar o meu rebento numa cama de operações, a ser aberto para lhe mexerem no pequeno coração... Falamos de tudo menos de simplicidade.
Posto isto, o Pediatra pediu que o levassemos a um especialista que iria deliberar o avanço, ou não, para a cirurgia. E assim foi. E foi hoje. A cardiopatia mantém-se e viverá com ele, deverá continuar a ser vigiado (agora anualmente) e devemos tomar outras precauções mas, devido à localização da abertura, não impõe a cirurgia.
E este sopro que me sopra de medo todos os dias, desde o dia em que ouvi na mesma frase "Miguel Maria", "Coração", "Cirurgia", tornou-se hoje um sopro de alívio. Um sopro que estará sempre presente e deverá ser respeitado, mas agora menos pronunciado.
E, por isto, tenho hoje o coração mais aliviado porque um dos corações que bate fora de mim, o do Miguel Maria, está mais sossegado e protegido.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Pálida como chocolate branco.
Saio da sala (por 10 segundos) para ir beber um copo de água.
MM: "Mamaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaã!!!!!"
Eu: "Sim, Filho?"
MM: "A Mana* tá a comê chocolaaaaaaaaate!!!!!!!!!!!!"
E, nestes momentos, fico na dúvida se mais vale desidratar com sede ou ter uma síncope.
____________
*Para compreensão futura da minha palidez perante o comunicado do MM, a Mana ainda só tem 4 meses.
MM: "Mamaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaã!!!!!"
Eu: "Sim, Filho?"
MM: "A Mana* tá a comê chocolaaaaaaaaate!!!!!!!!!!!!"
E, nestes momentos, fico na dúvida se mais vale desidratar com sede ou ter uma síncope.
____________
*Para compreensão futura da minha palidez perante o comunicado do MM, a Mana ainda só tem 4 meses.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Fila Zero.
Ter optado por viver na província, trouxe-me já, muitas vantagens:
- Menos poluição e mais oxigénio;
- Menos cinzento e mais verde;
- Menos carros e mais cavalos;
- Menos embalados e mais pão fresco;
- Menos ofertas fáceis e mais engenho.
E ontem, além de tudo isto, proporcionou-me tratar do Cartão de Cidadão da Teresinha com uma Fila Zero! Assim mesmo. Entrar, fotografar, assinar, pagar e já está, já foi. Para tratar do cartão do Miguel Maria (numa Loja do Cidadão em Lisboa), demorei cerca de 3 horas com senha de atendimento prioritário.
E sim, eu é que ainda sou uma preconceituosa pedante, pois fiquei absolutamente estarrecida com a rapidez e eficiência do serviço, aqui, quase no meio do campo. Eu que quase perguntei: "Então mas e não tenho que esperar horrores? E não tenho que lhe trazer o papel do papel do papel? Está a fazer isso bem de certeza???".
Live and Learn.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Homens ai-ai
Ontem, a despir o Miguel Maria para o banho.
Eu: "Como é que fizeste isto no dedo?"
MM: "O quê, Mamã?"
Eu: "Este arranhão. Aqui."
MM: "Ah.... - olha para o dedo com os olhos esbugalhados - Ah..."
Eu: "Vá, isso também não é nada. Vamos lá tomar banhinho."
MM: "Ai, Mamã, ai...".
Eu: "O que foi filho?"
MM: "Ai, Mamã, ai. Dói-me o dedo!".
Eu: "Filho, tu nem tinhas visto isso. Vá, já passa."
MM: "Mas, Mamã, dói-me tanto este dó-dói! Ai, ai!"
Eu: "Miguel Maria, entra na banheira que isso passa com a água."
MM: "AIIIII MAMÃ!!!!"
Eu: "SIM????"
MM: "A água aeijou-me o dó-dói! Ai, ai !!!!"
Eu: "Está mesmo quase a desaparecer. Vamos lá tomar banhinho."
- Depois do banho, enquanto o secava -
MM: "MAMÃ!!!!! Quidado!!! Olha o meu dó-dói!"
Eu: "Vamos despachar filho, temos que ir jantar agora."
MM: "Não consigo Mamã, olha o meu dedo... Não consigo... Ai, Mamã, ai!".
E é isto.
Declaro oficialmente o meu filho como um Homem ai-ai.
E também aprendi a ficar calada.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
33.
E assim foram, os meus 33.
Aliás, assim começaram, os meus 33.
Confesso que não gosto do protagonismo que este dia me dá. Acho uma chatice o reminder que salta no outlook a alertar para o aniversário de XPTO e nos faz prisioneiros de um telefonema ou de uma mensagem. Não me importo nada se se esquecem dos meus anos. Fico muito mais feliz quando me telefonam, num dia qualquer, e me dizem que se lembraram de mim. Aí o motivo, de facto, sou eu e não um lembrete chato.
Mas, do que gosto realmente no dia 29 de Janeiro?
Da excitação da minha mãe enquanto me vê desembrulhar as infinitas prendas que continua a dar-me.
Do brilho dos olhos do meu pai enquanto me olha e me faz festas no cabelo.
Da ternura do "Parabéns mana" dos meus irmãos.
Do fulgor do meu filho ao soprar as minhas velas.
Parabéns a todos eles por me fazerem sentir uma prenda todos os dias das suas vidas.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Linhas da nossa vida.
Faz hoje um ano que vi uma linha cor-de-rosa à minha frente.
Pela segunda vez senti um misto de felicidade, medo e excitação.
Estava de partida para uma viagem de trabalho ao Porto e, poucos minutos antes de apanhar o combóio, liguei ao Pai. Estava nervosa e nem articulava bem as palavras mas recordo-me de dizer, apesar do óbvio: "Ai... que nervos. Ai que o combóio vem aí. Mas espera, isto pode nem ser certo. Quando chegar ao Porto faço outro teste. Ai que stress! Depois falamos, vem lá o combóio!". E o Pai, ainda surpreso mas sereno, ria-se.
Pela segunda vez senti um misto de felicidade, medo e excitação.
Estava de partida para uma viagem de trabalho ao Porto e, poucos minutos antes de apanhar o combóio, liguei ao Pai. Estava nervosa e nem articulava bem as palavras mas recordo-me de dizer, apesar do óbvio: "Ai... que nervos. Ai que o combóio vem aí. Mas espera, isto pode nem ser certo. Quando chegar ao Porto faço outro teste. Ai que stress! Depois falamos, vem lá o combóio!". E o Pai, ainda surpreso mas sereno, ria-se.
Hoje, essa linha faz parte das principais que traçam a minha vida.
És tu, Teresinha.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Socorro!
Mãe à beira de um ataque de nervos!
Tenho um filho que é uma peste.
Um pirata cheio de energia traquina que se renova a cada milisegundo.
*Quando eu for velhinha e tiveres que tratar de mim, vingar-me-ei.
Tenho um filho que é uma peste.
Um pirata cheio de energia traquina que se renova a cada milisegundo.
*Quando eu for velhinha e tiveres que tratar de mim, vingar-me-ei.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Dicas de leitura.
Diz-se que as Mães perdem tempo de lazer, nomeadamente os espaços de leitura. Não concordo. Por cá, lê-se bastante. Bulas de medicamentos e boletins das farmácias de serviço.
Assim de improviso sou capaz de vos enúmerar as contra-indicações da oxolamina e, de olhos fechados, a posologia recomendada. Consigo ainda anunciar, por ordem alfabética, as farmácias de serviço do concelho durante o corrente mês.
Como se constata, lê-se e muito. Aqui vos deixo o TOP 5 dos Best-Sellers:
1. Ben-U-Ron
2. Actifed
3. Atrovent
4. Ventilan
5. Brufen.
Não os catalogaria como romances. Roçam mais o policial.
Apesar de, muitas vezes, terem finais felizes, o protagonista tem sempre que penar bastante para vingar sobre o inimigo.
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