quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Beijos.


O MM já dá beijinhos. É verdade!

Até à data, sempre que alguém lhe pedia um beijinho ele esticava a cara para o receber. Nunca para o dar.

Nestes últimos dias, o MM já começou a dar beijinhos. A mim! Já fizemos o teste com outras pessoas, mas a atitude do receber e não dar, mantém-se. Excepto comigo.

Tenho a certeza que em 2010 o MM dará muitos beijinhos a muita gente, portanto, vou cristalizar este momento. O ano 2009 fecha com beijinhos para mim. Só para mim!

Esta deverá ser a última mensagem de 2009 deste Blog e, por isso, aqui ficam os votos de um feliz 2010. De preferência, cheio de beijos!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Tão booom... Tão Grrrrrrrr!


Comecei bem.

Primeiro dia de trabalho pós férias natalicias. Mails, reuniões, acções para planear. Tão bom.

Somente 3 (TRÊS) horas depois, ligam do Colégio. O menino Jesus deve ir para casa pois ainda não está em forma. Ok. Faço uma task force à noite e recupero trabalho (principio que tinha planeado deixar para trás antes das férias...). Tão bom.

Chegámos a casa. Para relaxarmos e purificarmos o circuito respiratório do meu menino Jesus, "meto-nos" num longo, quente e espumoso banho de imersão. Tão bom. Saio e apercebo-me que o tampão da maravilhosa e moderna banheira de hidromassagem encravou! Com a banheira cheia de água. Tive que a esvaziar. Retirei 115 pirex's cheios de água. Tão bom.

Grrrr...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz Natal!

Caros amigos que por aqui passam, Feliz Natal!
Há família, há doces, há salgados.
Também há presentes (já) desembrulhados.
Fotografias ? Imensas!
É verdade! E o Pai Natal passou por cá! Reconheci-lhe algumas semelhanças com o meu pai mas... talvez seja somente um palpite meu.
Mas, não estou o rubro. E não enviei nem respondi às vossas mensagens.
O Menino Jesus deste presépio está doente. Convenhamos que Ben-U-Ron não combina com Ceia de Natal. E esta Mãe Maria, por isso, não teve a mesma disponibilidade para as ofertas dos Reis Mago pois esteve sempre com uma mão na mirra e a outra no menino.

Assim, não segue uma mensagem padrão, mas é postado um voto público : Um feliz, mas mesmo muito feliz, Natal!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ser Mãe também é... #4


Não ficar magoada por ocupar o segundo lugar no coração do meu filho...

O primeiro é ocupado por um cabeçudo piroso moralista.

Tudo bem. TUDO BEM !!!!!!!!!!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Acordem os Sonhos!

No Natal acordamos os Sonhos e levamo-los para a mesa.
Doces, leves e estaladiços como só eles se querem. E a deixarem-nos um sorriso açucarado na cara.
Já estou em estágio!

Bom apetite.


No copo da Bimby deitar : água (250gr), manteiga (1 c.sopa), margarina (1 c.sopa), sal (q.b) e açúcar (1 c.sobremesa). Programar 5 min, temp 100, vel 1.

Acrescentar fermento (1 c.sopa) e farinha (170g). Programar 15 seg, vel 4.

Deixar arrefecer 5 min. Programar vel 4 e adicionandar lentamente ovos batidos (4).

Repousar a massa durante 10 minutos.

Fritar, em óleo quente abundante, colheradas de massa.

Polvilhar com canela e açúcar.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Turbilhão de emoções

(Para a T.)

O que vou escrever tem por base a minha experiência e partilha de vivências de outras Mães que me rodeiam. Não sou médica, pelo que, não existe fundamento científico, somente empírico.

No momento em que somos Mães pensamos (tal como aconteceu durante longos nove meses de gravidez) que só queremos saber que o bébé está bem, é saudável e perfeito e, posto isso, tudo correrá bem. Esperamos pela apreciação do Pediatra na sala de partos para podermos descansar e começar serenamente uma nova etapa. Pois é... Ou seja, não, não é bem assim. Esse momento é somente o inicio de uma vida de reboliço emocional, nunca antes conhecido. Não há maior fonte de felicidade, para uma Mulher (ou maioria delas pois, é claro, existem legítimas excepções), que a maternidade, mas esta fonte é igualmente indissociável de angustia. O que quero dizer com isto é que, é absolutamente natural (fisiológico mesmo), que uma recém Mãe, embora tudo esteja perfeito tal como esperava, se sinta angustiada e, por achar que não existe motivo para tal, se culpabilize e entre em conflito interno. É normal, sim. Quase todas nós passamos por isso. Não somos malucas, não estamos desequilibradas mentalmente, mas passamos sim por um processo de desiquilibrio hormonal (que aos poucos regulariza e volta tudo ao que era) e somos confrontadas com uma realidade nova, somos Mães. E, também o processo da maternindade requer o seu tempo de racionalização e começa, antes de tudo, por ser instintivo, animal. É normal querermos ter a cria nos braços e nos incomodar que esta seja passeada por entre múltiplos e barulhentos colos desconhecidos; é natural que nos preocupemos com a sua alimentação pois é a nós que a Natureza delega essa tarefa; é compreensivel que nos angustiemos com o conceito de "morte súbita" e acordemos inúmeras vezes durante a noite para vermos se o bébé respira; É aceitável estarmos cansadas; É, acima de tudo, natural que precisemos de tempo para nos adaptarmos a tudo (à condição, à responsabilidade, aos horários, ao corpo, à cabeça). Mas, sim, estamos felizes. Muito felizes. Mais que nunca.

T., esta ansiedade e insegurança iniciais irão passar. Mas, atenção, a angustia, por menor que seja, agora irá acompanhar-te. É assim mesmo e é positivo. É sinal que criaste vinculo com o ser que geraste e, como tal, pelo incomensurável amor que lhe tens terás sempre um apertozinho no coração, ou porque tem febre, ou porque não come, ou porque os dentes ainda não nasceram, ou porque ainda não anda, ou porque não se adapta ao Colégio, ou porque vai sair à noite, ou porque conduz depressa, ou porque.... "Porques" que não acabarão mais. És Mãe, amas e, por isso, preocupas-te.

T., com o tempo, devagarinho, vais ganhando capacidade de encaixe. Da mesma forma que o teu corpo se adaptou a um ser dentro dele, também agora a tua cabeça se adaptará a gerir esta nova forma de Mulher que és.

E hoje é isto, a loucura da maternindade!
Um beijinho especial, T.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O peso do Poder.


Comecei cedo a gerir Equipas. Sinto que o gozo desta missão é proporcional ao anos que nela acumulo. Porque acredito que os objectivos de uma empresa se atingem através da inteligência, organização, rapidez e perspicácia dos colaboradores, mas que se superam através da paixão. Sempre preferi áreas onde o capital humano fosse mais rico que os recursos técnicos, afinal é o homem que domina a máquina (até ver!).

Ensinar, ajudar, orientar, vê-los crescer e atingir metas, e saber que fomos tutores desse sucesso, é uma satisfação. E estou crente que o nosso sucesso, enquanto líderes, passa pelo sucesso das nossas pessoas. Por isto, não me revejo numa política de gestão autoritária e autocrática. Dou espaço à liberdade e desenvolvimento pessoais. Por outro lado, não dou tréguas às falhas e não compactuo com indisciplina. É um código de conduta. E é claro.

No entanto, ser Líder está, à partida, associado a um pacote exclusivo de vantagens. Ganha-se mais, tem-se mais flexibilidade, visibilidade, etc, etc, etc. É certo. Mas também é, e aqui destaca-se o desconhecimento ou esquecimento, um activo de horas extraordinárias recorrentes, de assunção de falhas não cometidas, de absorção de problemas, de produção criativa de soluções para ontem e, sobretudo, de confronto com o erro.

Confrontar alguém (alguéns) com os seus erros e este facto ter impacto sobre o futuro destas pessoas, e das suas vidas pessoais, pode ser muito doloroso. O peso do poder de decidirmos sobre pessoas, ao invés de produtos, serviços ou máquinas, pode ser mesmo muito pesado.

O facto é , por mais humanos que sejamos no deccorer do processo, na hora do juízo final, somos Gestores.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

1, 2, 3...Cáto!

Estava eu ontem a despir o MM para lhe dar banho. Desabotoava a camisa e contava ao ritmo dos botões : 1, 2, 3 e sou surpreendida, do lado de lá, com um "CÁTOOO!".
O MM acabou de fazer 2 anos e eu não esperava. Fiquei que nem podia! O meu filho é tão inteligente :-)

Vá, venham dizer que é normal. E, ainda que seja, para mim foi como receber uma medalha!
Boa filho!

sábado, 12 de dezembro de 2009

De um Muuuu a um trauma.


O tema pedagógico da sala, deste ano, são os animais da Quinta.

Os adereços pedidos para a festa de Natal foram uma camisola e uns collants brancos.

O convite para a festa tem a forma de uma cara de vaca.

Tenho um palpite que, este Natal, o meu filho fará de Vaca.

Tenho um palpite que, daqui a uma dezena de anos, ele não me perdoará por ter consentido.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Loira, eu ?


Não. Eu não sou loira. Nunca fui, não estou, não penso ficar mas não demito a hipotese de um dia ser, quem sabe. Mas, ontem e hoje, não. São caricatas as situações em que me "embrulham" à custa de uma cor de cabelo. Já me meteram em sarilhos por isto. Ja me meti em sarilhos por isto. Tudo porque à luz da noite, luz de velas, meia-luz veem-me loira! "Fulano estava com uma Cicrana loira. Não me quero meter, mas ficas a saber..."; "Beltrana loira de vestido azul andava a rondar o teu carro. Pareceu-me suspeito", and so on. Em todas as vezes, a dita loira, era este exemplar moreno, latino de cores, curvas e feitio. O povo fala e o povo engana-se.

Não sou loira, sou precocemente grisalha.
Bizarro, genético ou maturidade antecipada e certificada pela natureza.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

De volta, aquém do Tejo.

No Alentejo, sê Alentejano. E nós assim fomos, durante três desafogados dias. Dormimos bem, cheios de mantas (que o frio nocturno de rachar a isso convida); Demos muitos passeios, mas daqueles passeios sujos com lama, com terra, com estrume, com xisto, com tantas coisas sem corantes nem conservantes; Ficámos congestionados num trânsito de cavalos, cabras, ovelhas, avestruzes, porcos e vacas; Comemos queijo com pão; Comemos bolo de mel. Cumprimentámos os Ti's da terra que por lá "vãn enve-lhe-cen-do de-va-ga-ri-nho co-mê se quer...". Perdemo-nos. 10Km num caminho de cabras, à noite, no escuro, sem rede no telemóvel e sem qualquer informação no GPS. E aqui, a minha ruralidade de fim-de-semana quase não sobreviveu... Confesso que já clamava pela A5 em hora de ponta! Mas lá chegámos ao destino. De-va-ga-ri-nho. Vimos uma barragem do tamanho do Mundo (Alqueva), a submersão de uma história e a reconstrução de uma nova (Aldeia da Luz). Estivemos nas Minas. Pisámos enxofre. Vimos caras estreladas pelas rugas. Vimos estrelas cadentes.

E assim foi, por além do Tejo. Foi verde, foi frio, foi puro, foi tranquilo, foi diferente. Foi muito bom.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Vacina. Não vacina. Vacina. Não vacina.


E agora ?
Já me tinha convencido que o pequeno não levava a vacina. A tal, a outra, aquela coiso e tal. Pronto, assunto arrumado e arquivado. Mas, entretanto, o senhor doutor de miúdos diz "Faça!".
Então ? Em quê que ficamos ? Agora lá vai esta mãe ter que destruir uma teoria já montada e construir uma inversa. Ok, eu faço. Acima de tudo porque devo ter confiança numa classe que estuda, sofre, aprende, e pretende proteger (eu quero acreditar piamente em tudo isto que acabei de escrever) a nossa saúde. Além disso, porque também pago estes mimos todos ao preço do ouro. Portanto, estou na fase do reset ao "Não, eu não vacino o meu. Vai correr tudo bem" para passar ao "Sim, eu vacino o meu. Isto ainda corre mal se não se vacinar".
Este "Faça!", agora, desarrumou-me tudo.

domingo, 29 de novembro de 2009

A pila.

MM : Papá, pila ?
Papá : Filho, não há.
MM : MAMÃAAAAAA! PAPÁ NHÃO TEíM PILAAAA!

Nota : Eu estava ao telefone com a minha avó de 70 anos...

(Estamos a falar de pilhas, claro.)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Só, comigo.


Estou de regresso. Depois de dois dias de reuniões numa Braga já muito fria. Os dias que antecederam a viagem deixaram, a Mãe que há em mim, com um nó na garganta. E outro no estômago. E um, maior ainda, no coração. E se ele tem algum pesadelo e chama por mim ? E se pensa que eu não volto mais ? Tantos Se's a pesarem-me na consciência. Fui. A verdade é que, a cada iniciativa minha de contacto telefónico, ao longe, as respostas que ouvi foram : "Nhãaaaaaao! Qué Nhoddy!" ou "Nhãaaaaao, qué pó xãu". É um facto. Posto isto, dormi noites seguidinhas sem precalços, passeei-me pelas lojas ao final do dia, sem pressas para o banhinho, a fralda, o jantar ou o biberão da noite. Tive o jantar pronto. Tomei banho de imersão. Recuperei trabalho até às duas da manhã. Tive o pequeno-almoço pronto. Eu estive comigo e ele, ele esteve bem. Superei o medo das pausas. Fez-me bem. E claro, já matei saudades. E agora soube ainda melhor!

domingo, 22 de novembro de 2009

Sentimentalóides, pá.


Este fim-de-semana foi esclarecedor. Tenho um guerreiro em casa. Independente, pragmático e, cada vez mais, avesso a palavras e gestos delicodoces. Beijinhos e abracinhos são frequentemente ripostados com golpes rockybalboa de antebraço ou lances marciais de pernas. Já percebi que não é defeito, é feito. Feitio torto. E, como mãe dedicada e empenhada em perceber o que vai pela mente da minha cria, fiz uma pausa tai-chi por entre combates e vesti a pelo do lobo (lobinho, por ora). E aí percebi um bocadinho... Com tantas paredes para trepar, tantas escadas para escalar e tantas bolas para chutar vêem-me amassar, apertar, lambuzar, cacarejar ao ouvido... Opá! Cambada de adultos carentes. Deixem-me crescer e vão trabalhar. Sentimentalóides, pá!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

M. (9)


Hoje uma criança maravilhosa faz anos.
Faz hoje 9 anos que vivi um dos dias mais felizes da minha vida.
Foram muitas horas de espera angustiantes na sala da maternidade.
Foi uma descarga emocional brutal quando o vi, ainda sujo, no meio das pernas da minha mãe que, exausta, ainda conseguia sorrir para mim e dizer "Não chores filha, está tudo bem, não chores." Eu não chorava, eu soluçava.
Desde então fui, e sou, frequentemente confundida com Mãe e, muitas vezes, fui chamada de Mãemana. É um misto de ternura, orgulho, preocupação e alegria que esta sensação, de ter sido irmã já quando socialmente não se esperava, me trouxe.
É esta criança que fica feliz "por ter a cara da Mana". É esta criança que repetiu a amigos, conhecidos e desconhecidos enésimas vezes que ia ser Tio. É esta criança que me liga e pergunta "Estás bem?". É esta criança que diz que fica "tão feliz quando está em casa da Mana".
Esta criança que faz hoje 9 anos é o meu extraordinário irmão M.
Parabéns Mano.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Dizes.

Andas imparável. A ponto de eu já não conseguir identificar os momentos altos para registo pois, já todos os são. Estás a dominar a linguagem verbal. E é uma graça. É um divertimento ouvir as tuas vitórias linguísticas. Mas também o é quando não fazemos a mínima ideia do que falas, ainda que o transmitas com uma segurança de quem domina o assunto há muito. Falas, interpretas, cantas, conversas, entoas, expressas. Enfim, comunicas como um grande pequeno que és.

Aqui ficam as minhas preferidas desta fase (25 meses).

Mamã, qui icho? (O que é isso ?)
Nã, nã, nãaaaa, Nhoddyyyyy! (A cantar a música do Noddy)
Itiiinho Mamã, itiiinho! (A pedir o leitinho quando vai para a cama, todos os dias se repete)
Papá, o taitoiê? (O tractor do livro preferido)
A toya! (Contar uma história)
Tá iûiû! O papéu ? (Está sujo. O papél para limpar?)
Aíuda... (Ajuda-me!)
Natáu (Pai Natal, Árvore de Natal, etc)
Tu-carro (autocarro, camião, etc móvel e grande)
Titinhuuus (Lavar os dentinhos)

E tantas outras vocalizações maravilhosas. Mimalhamente a terminarem entre inhos, inhas e iês.

E a palavra Mamã a uma média de repetição de 50 vezes por hora.
Se me canso ? Não, nunca me cansarei. Por vezes já não sei o que te responder. Mas oiço cada tua repetição como se fosse a primeira vez que o dissesses.

domingo, 15 de novembro de 2009

Suíços, querem-se quentes e morenos.

Porque estas tardes, de chuva e vento, nos convidam a lanchar no aconchego da sala.


Suíços


1. Colocar leite (100g), água (150g), açúcar (100g) e manteiga (100g) na Bimby e programar 2 min, 40ºC, Vel1.

2. Deitar fermento (40g, de padeiro), sal (1/2 c. chá) e farinha (300g) e amassar 15 seg, vel 6.

3. Juntar mais farinha (300g) e programar 3 min em velocidade Espiga.

4. Confeccionar os Suíços como na foto. Pincelar com ovo batido e salpicar com açúcar humedecido.

5. Cozer em forno, pré-aquecido a 200ºC, por 15 min.


Bom apetite!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Conversas miúdas #3

O meu irmão M. (8 anos) para a minha Mãe :

- Sabes Mãe, hoje passei por 2 senhoras na escola e elas disseram : "Este miúdo tem uma cara mesmo engraçada." E eu pensei Mãe, sou tão feliz por ter a cara da minha mãe e da minha mana.

Ainda o meu irmão M. (8 anos) para o meu outro irmão M. (25 anos) - A propósito de uma discussão entre colegas por ele se ter armado em líder no jogo futebol, na hora do recreio :

- Pois é Mano... Mas vocês vão sempre gostar de mim. Vocês são a minha família!


O nosso irmão M. arrebata-nos :-)

domingo, 8 de novembro de 2009

Ser Mãe também é... #3


Ir a um dia e uma hora (ambos indecentes), para uma grande superfície comercial (sim, porque Sábado à noite deve fazer-se tudo menos isto!) e superar a primeira prova, a de estacionamento, num parque onde praticamente já só caberiam monociclos. Imiscuír-me por entre pais, todos eles aparentemente sob o efeito de cólera, a despejarem prateleiras inteiras para os carrinhos já carregados de brinquedos; Ouvi-los a praguejar porque uns se lembraram de se levantar cedo e conseguiram esgotar os bakugans. Ser cortejada com um galateio barato de um funcionário que mais parecia acreditar que eu lá estaria a comprar brincadeirinhas para mim, e ainda conseguir mostrar-lhe um sorriso insonso em troca das coordenadas para o meu objectivo. Finalmente atingir a meta, intacta, sem rasgões e sem ter tido que beliscar a minha boa educação, pagar e fugir! Consegui. A Quad 6V Shark* é minha e, na noite de 24 de Dezembro, será do meu filho.


Confesso que, por momentos, pensei que estivessem, não a vender a 50% do PVP, mas a dar brinquedos, ou mesmo a pagarem para os levarem dali! Sr. Belmiro, sugiro que para o ano renomeie a Feira dos Brinquedos para a Prova de resistência física, social e mental dos Pais.


*moto4 motorizada

sábado, 7 de novembro de 2009

Não hão-de bater até furar.


Eu sinto que sim, que devo um pedido de desculpa a estas pessoas. Bem sei que são uns queridos e se preocupam muito com a minha gestão de orçamento e com o meu stock de adornos femininos estupidamente caros e belos. Chegam a preocupar-se com a minha saúde e tudo o que me acontecerá se amanhã me estampar na esquina. Eu sei, estimados Assistentes de Outbound mas, não me levem a mal a indelicadeza, por obséquio parem. Parem. Não quero cartões de crédito, nem mais seguros de saúde ou de vida. E se não os quero hoje, dificilmente quererei na próxima semana. Recomendo que façam uma leitura atenta a um processo, que acredito terem, que se chama Política de Privacidade. Leiam e depois não me liguem nunca mais. E sim, termino com o pedido de desculpa pelo suspiro de quase desdém com o qual principio o atendimento destas chamadas, ao qual se segue um quase snob "Oiça, eu já disse ao seu colega...". Esta senhora é pedra mesmo dura (agora de repente percebi a minha afeição com a marca!), portanto, batam com a vossa água mole, cartões de crédito e afins a outras pedras. Grata!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Formas rectangulares de felicidade


Muitos dos Blogs que frequento, os mais princesa - chamemos-lhes assim, intitulam com frequência, os seus Posts de sexta-feira, como "Objecto de desejo para o fim-de-semana". Hoje, considerem este meu Post um semelhante mas, por ser tão desejado o objecto, começa já na quinta-feira.

Almofadas. Isso, almofadas. Melhores se frescas, e de um linho branco muito bem passado. Muitas. Confortáveis. Se possível, ternas, pacientes e receptivas. Ando acordada a sonhar com elas. Hoje, tudo o que me rodeia, com uma facilidade descabida, se torna numa almofada branca. Ainda dizem que a felicidade é cara. A minha, para este fim-de-semana, só tem que ser branca, de linho e, de preferência, com tubinhos soltos semi-rígidos de polietileno (esta última foi boa, não foi ?).


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Do contra.


Eu quero ir. Tu queres ficar. Mas quando eu fico, tu vais. Eu quero dormir. Tu queres agitação. Mas quando eu arrebito, tu adormeces. Eu digo que sim. Tu dizes que não. Mas quando eu cedo, tu abdicas. Eu quero comer. Tu queres beber. Mas quando te dou a água, tu queres o pão. Mostro-te o Sol. Tu perguntas pela Lua. Mas quando espero que anoiteça, tu queres que amanheça. Isto parece-me um jogo e os jogos dão paixão à Vida. Fazem-nos ferver de bom e de mau. Mas vamos abrandar. E fazê-lo ao mesmo tempo, sim ? Meu filho.


Por mais voltas que me dês, amar-te-ei sempre, mesmo que estejas ao contrário de mim.

sábado, 31 de outubro de 2009

Mar, o vizinho do lado.


Hoje é um daqueles dias em que não me importo de viver a hora e meia de trânsito do trabalho. Hoje acordei e o dia estava lindo. Hoje tomei o pequeno-almoço com o meu vizinho do lado. O Mar.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Gestão do Conflito. Ou Indigestão.


Somos todos muito bons a gerir o conflito. Dizemos. Andamos sempre com dezena e meia de teorias fantásticas que vendemos como elixires da paz. Muita inteligência emocional, muita programação neurolinguística e muita boa vontade. Mas, quando o dito chega, desarruma sentimentos, descompõe os raciocínios e esvazia-nos, a todos, de razão. Poucos de nós se preocupam com os porquês, só queremos é que passe porque o desconforto que o conflito aporta nas nossas vidas é avassalador. Mas todos sabemos muito. E somos bestiais a dar conselhos. Mas, quando o conflito se instala em nós, não sabemos dialogar com ele. Connosco, as teorias nunca funcionam.

* Nestes últimos dias tenho sido testemunha, mas também protagonista em alguns casos, desta conclusão. O que vendemos aos outros, raramente sabemos aplicar a nós.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Castanhas. Quentinhas, e de feltro.



É tarde. Estou na ressaca da festa de aniversário (que correu maravilhosamente e me esmagou de cansaço). Estou também em ressaca de trabalho. E acabei de fazer mais um TPC do Colégio. Desta vez a propósito da Festa de S.Martinho. Cada criança tinha que decorar uma Castanha recortada em papel de cartolina. Já fiz. E fiz duas, a título de sugestão, a ver se me dispensam do próximo TPC. É que convém que eu também trabalhe, caso contrário não poderei suportar a luxuosa prestação mensal do dito. Vá, são só 23h e também só me levanto às 05h50, ou seja, ainda tenho tempo para trabalhar. Fui.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Dois anos.

Faz hoje dois anos que te dei a vida.
Faz hoje dois anos que me deste mais vida.
Hoje não escrevo nem leio mais.
Hoje sou só tua mãe, mãe ainda mais.
Parabéns filho.


(Por razões que penso vos serão óbvias, já removi o vídeo "Dois anos em oito minutos". Foi minha intenção só o colocar temporariamente. As pessoas mais queridas certamente já o viram e caso pretendam rever, falem comigo.)



sábado, 24 de outubro de 2009

Euromiserabilidade


Passei aqui, assim rápida e discretamente, só para ver se estava extraordinariamente, exuberantemente, e até, cansativamente, milionária. Mas não. Estou igual a ontem, ou melhor, menos, muito menos porque isto de organizar e patrocinar eventos supé chiques não favorece o orçamento. Ou seja, não vamos comemorar o aniversário nas Maldivas. Ora bolas. Senhor Euromilhões, embora para a semana já chegue atrasado para a festa, fique sabendo que está perdoado. Redima-se se faz favor que eu já mereço. Beijinhos para si.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Esquizofrenia


O meu filho está prestes a completar 2 anos. Ando a levantar-me às 05h50 e a deitar-me às 24h00. Tenho uma área de 9 exigentes Colaboradores para gerir, estou envolvida em 3 projectos e agora também um curso para fazer. Ah, e vida pessoal. O cenário não me parece favorável à produção de um grande evento para comemorar a efeméride. Não parece, mas vai ter que ser. Já tinha dito que “este ano não”, este ano vou ficar sossegadinha mas é superior a mim. Acredito que sofro de uma esquizofrenia pseudo-artística que me arrebata com mais frequência do que a clinicamente comprovada. Acredito ainda que, muitas vezes com pouco sentido de oportunidade, desce em mim o espírito rebelde de um artista, bêbado e entupido de erva, que precisa do acto de criar para atingir o êxtase. Tudo bem, é bom, é giro mas, existem alturas em que não dá jeito. Gerir mil e uma tarefas assentes em regras e cronogramas com laivos inusitados de criatividade ainda me irão levar à loucura. Mas uma das duas se há-de salvar, a gestora (convém pois é a actividade remuneratória), ou a metida a artista alienada (também convém pois é a actividade emocional). Para o mês que vem adivinha-se uma forte ressaca.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Escrevo.


O tempo escasseia. O trabalho abunda. As horas de sono rareiam. O cansaço inunda. Mas as palavras, as palavras fazem-me falta, as escritas e as lidas. E as ditas? Essas não me fazem tanta falta, nem tanto sentido, são influenciáveis e logo influenciadas. Aqui não. Aqui as palavras são escritas, são puras e cruas, não precisam de troca, e essas valem mais. Ou não, mas fazem melhor. Escrever pode ser um imperativo perto do fisiológico. Por isso, mesmo quando não há espaço em mim para vir aqui, acabo por me encontrar comigo aqui. Porque as palavras me fazem falta. E volta a escassear o tempo. E volta a abundar trabalho. E rareiam as horas de sono. E inunda o cansaço. Mas as palavras, as palavras já aqui estão. E sigo mais leve para um novo ciclo. Escasseia. Abunda. Rareia. Inunda. E escrevo.


PS - Miss Strawberry, o impulso veio daí.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Keres ? Não Quero. Obrigada.


Os K's dão comigo em doida. Comecei por ignorá-los. Não lhes dar importância e fazer-me desentendida. Mas parece-me que vieram com toda a preserverância para comer os C's e os Q's sem sequer os mastigarem. Sou uma clássica, bem sei. Respeito com amor a língua portuguesa, pois é. E gostaria tanto que a evolução tecnológica não cravasse tanta deselegância na comunicação. Ilustro o meu desconforto com este travestismo linguístico :

Mensagem :
"Será K pode komprar akele kreme para a bankaca da kozinha ?"
Impacto : O quê ?!!!

Mensagem : "Vamos ao teu restaurante preferido. Depois vemos o teu filme de eleição. Faço-te uma massagem. Serei teu escravo a vida inteira. Keres ?"
Impacto : Nunca.

K, não consigo gostar de ti (quando te fazes passar por outros, claro).

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ser Mãe também é... #2


Apaixonar-me por um colar magnífico da Pedra Dura. Maravilhoso. Estupendo. A combinar com aquele vestido! A namorar tão bem com o meu decote. Brutal. É daqueles colares que ficam para toda a vida. Que marcam presença nos momentos importantes. Que podem chegar a contar a história da nossa vida. É estar embevecida encostada à montra, sacar da carteira num impulso de paixão, fazer planos para o usar já no próximo fim-de-semana e... E entrar na loja ao lado, a Geox, e comprar umas botas impermeáveis para o puto as rebentar no recreio. Isto é amor.

domingo, 11 de outubro de 2009

Conversas graúdas #3


Hoje no parque, eu e a minha mãe, a propósito do comportamento do meu querido, mas tão rebelde, filho.

Eu : Este miúdo está ligado à corrente. Vê mãe, os outros fazem pausas!
Mãe : Mas é normal, nestas idades as crianças testam os seus limites e os dos pais. Não ouvem e nem páram para nada.
Eu : Eu entendo mãe, mas parece-me adrenalina e rebeldia a mais. Só pode sair a um gene mau do Pai, afinal eu nunca fui assim!
Mãe : Óh Inês! Mas tu eras uma miúda diferente! Tu nunca foste uma criança normal!!!

Thanks a lot Mãezinha.

Vá lá, vá lá, que ainda apanhei o final dos Ídolos e deixei de me sentir tão não normal neste mundo!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Chocolate para os meus ouvidos (cont.)

E não é que estava eu na sala de espera do hospital para fazer um Raio-X e, por entre sons desafinados de espirros, tosses e ais começo a ouvir chocolate... Unbelievable! A própria, a DKrall na música ambiente do hospital. Há salas de espera de imagiologia fantásticas, não há ?

Chocolate para os meus ouvidos


É já amanhã que a Diana Krall sobe ao palco do Campo Pequeno. E eu não vou poder lá estar. Não sou do tipo de pessoa que idolatre estrelas, coleccione ídolos ou faça parte de clubes de fãs. Sou demasiado egoísta e individualista para tal. Mas acredito que o que é bom, deve ser reconhecido. E este caso é um dos reconhecimentos de talento em que assino por baixo. Esta cantora e pianista de jazz faz as minhas delícias, confesso. A sujidade madura da voz, a entrega vocal ao ambiente, a elegância dos temas fazem desta voz, para mim, uma singularidade. Acho que já fiz tudo ao som de Diana Krall. Acho que vou continuar a fazer, tudo o que for importante (mau e bom), ao som de Diana Krall. Por vezes tento descolar-me da sonoridade e procuro alternativas que acompanhem o compasso da minha vida. Às vezes resulta bem. Outras, muito bem. Mas, a cumplicidade perfeita para todas as ocasiões, encontro-a é neste som.


DK, este ano não vai dar. Não poderei ir, mas estarei contigo, força nisso miúda! Para o ano, para o caso de cá voltares, já fiz um voto de presença com uma outra alma tua gémea. Lá nos veremos.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Diz que é uma espécie...


... de Estrela em ascensão e, por vezes, até Cantor principal! Diz o Singstar da PS3 e eu acho que não o devemos contrariar. A verdade é que somente ao fim de 31 anos de vida, alguém me faz um tamanho elogio aos dotes vocais. Estranho. Parece que afinal as horas de solfejo tortuoso no Instituto Gregoriano de Lisboa serviram para alguma coisa. Mas será que o efeito das aulas demora 20 anos a fazer-se sentir ? Estranho. À dança sempre me dei e temos uma relação eterna, agora ao canto ? Confesso que os bemóis e os sustenidos nunca me foram fiéis. Mas o Singstar diz que sim. Muito estranho. Enfim. Mas vá, continuemos assim Sing (acho que já te posso tratar assim), continuemos numa espécie de relação Me engana que eu gosto.

domingo, 4 de outubro de 2009

O ginásio não é aqui...

Agora que a crise assola os orçamentos portugueses, creio que anda em voga o desporto de visitar casas à venda. Não sendo estas visitas possíveis causas para um potencial efeito de compra. Não. Somente actos de voyeurismo, benchmarking e desporto... Destesto. Receber estranhos em minha casa, muitas vezes a horas impróprias para visitas (como é a do jantar, pelo menos, sempre assim mo ensinaram), e vê-los passearem-se como quem queima calorias numa passadeira de ginásio enquanto curte o som do iPod... Destesto. É muito bonita, muito agradável, muito bem decorada. Boa. E mais ? Mais nada, queimaram calorias.

Caros praticantes do desporto, se me lêem, por obséquio, se não existe intenção de compra, vão para o ginásio. Sim ?

sábado, 3 de outubro de 2009

A Quinta do Miguel Maria

Em minha casa não há animais,
Sou eu, a Mamã e o Papá
E quando vem o Mano somos mais.
Esta é a nossa Quinta, minha e dos meus Pais.

Os animais não vivem lá,
Mas dos animais,
Um pouco de tudo há,
Vejam como são especiais :

Acordamos à hora do Galo,
Bebemos leitinho de Vaca,
Temos cobertores de Ovelha,
E somos vaidosos como o Cavalo!

Na piscina somos Patos,
No terraço temos rosas cor de Porco
Na Páscoa, temos ovos de Coelho
E juntinhos, ronronamos como os Gatos!

Na minha Quinta vivem ainda,
O Ursinho Ó-Ó e o Coelho Soninho
São animais de coração
Mas peluches na verdade.

É assim a minha Quinta,
Onde não há animais,
Mas beijinhos que miam, abracinhos que piam
E um Amor que não acaba mais!


TPC do Colégio feito. Lenga-lenga e desenhos.
Agora vou ser adulta um bocadinho, ok ?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Reunião de Pais_Ano lectivo 09/10


Para o registo.

O Projecto Pedagógico deste ano versa sobre os animais. Objectivos : estimular o contacto com os animais e o respeito por estes, conhecer os animais, sons, cores e profissões associados. A autonomia, sentido de partilha e interajuda também serão desevolvidos à volta da temática. As salas estão divididas por tipos de animais e a do Miguel Maria é a dos "Animais da Quinta" sendo o meu rebento o "Galo". Os Pais ficaram incumbidos de colaborar no Projecto, pelo que, fomos corridos a TPC's como tirar fotografias aos pequenos com animais, pesquisar histórias e lenga-lengas com animais, fazer desenhos, imitar sons, etc, etc. Assim, meus amigos, não estranhem lerem-me a rosnar ou grunhir de vez em quando!

Até ao final do ano lectivo é suposto todos terem deixado a fralda, pelo que, será um processo gradual e serão treinadas 2 a 3 crianças de cada vez. O Miguel Maria é o mais novo da turma e, por isso, deverá ficar para o fim. Assim que todos tenham largado as fraldas poderão participar nas visitas de estudo.

Sobre a Gripe, o esperado. O Colégio já tem o plano de contingência em vigor. Caso uma criança apanhe os restantes Pais serão avisados e um delegado de saúde será deslocado ao Colégio.

O presente veio no final da reunião, pois foram os Pais a recolher os pequenos que estavam nas suas rotinas na respectiva sala, e estes, quando viram uma enchente de Mães e Pais a entrarem por lá a dentro, ficaram numa excitação e foi um verdadeiro delírio!

Gostei da reunião, do que foi transmitido e sinto que o meu filho está bem quando não está conosco e isso é o mais importante.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Hipocrisia

A hipocrisia é o acto de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui.
In Wikipedia

Existem dias em que parece ser usada como um adereço de moda, esta hipocrisia. Mas é um adereço que deveria ser usado com conta, peso e medida pois é demasiado extravagante. Faz perder a classe. Esta moda cansa. A mim, cansa.

Controvérsias de Mãe. Ou de Mulher?


Ontem e hoje estou em regime de tele-trabalho respeitando as normas de segurança da empresa e instruções da Senhora Ministra, uma vez que apresento um quadro gripal. Não, já percebemos que não é a A, mas é outra para chatear. Ao lado do rato do portátil tinha o comando e não resistia a intervalar revisão de documentos com zapping. Numa das paragens Zap, falava-se sobre Mães a tempo inteiro. Estas, a tempo inteiro, relatavam a experiência como gratificante e revelavam-se nada arrependidas da escolha. A entrevistadora, a vestir a defesa do Diabo, lançava faúlhas como “realização profissional”, “autonomia financeira”, “estímulo social”, etc, etc, etc. Tentei tomar uma posição, mas não consegui e acho mesmo que nunca conseguirei. Antes de ser Mãe, vislumbraria com facilidade um futuro medonho para estas senhoras… Faltar-lhes-ia tudo o que a mim era vital. Mas agora a minha condição mudou e não sei se até sinta inveja delas. Ter toda a disponibilidade para acompanhar o meu filho, permitir-lhe estar mais horas com a família do que com as educadoras/auxiliares, privá-lo do tormento do despertador, saber que estaria acessível sempre que assim fosse necessário. Tudo isto por um lado e, por outro, não viver em constante dilema com as obrigações profissionais e a gestão destas com as prioridades de uma Mãe. As ausências para apoio à família que empobrecem o bónus anual, as saídas antecipadas das reuniões de staff para as reuniões de encarregados de educação, a gestão das férias em que o período do Colégio por vezes bate de frente com os períodos de crise na empresa. Seria um alívio… Mas a adrenalina de uma promoção? O orçamento extra para os luxos femininos? O dinamismo social? Seria um assolo. É evidente que no dia em que a condição de profissional se incompatibilizar com a de Mãe, a escolha está feita. A prioridade está bem definida. Mas julgo que só se pode ser uma boa Mãe quando se está bem como Mulher e aqui mora o busílis. A Mãe estaria bem. E a Mulher? Mas a Mulher também não se sente realizada se num dia, numa hora, naquele minuto não estiver presente como Mãe … Enfim, uma controvérsia na qual é melhor não pensar. É viver o dia com uma mão na fralda e outra no portátil.

domingo, 27 de setembro de 2009

Não era isto, pá.

Antes de tudo o que por aí vem, a blogosfera é um espaço público de partilha de opiniões distintas ou complementares. É mais um espaço de Kracia (Governo) do Demo (Povo, não o outro) , pelo que, pauta-se pelo pluralismo e pela convivência de opiniões residentes nas várias ideologias. Posto o enquadramento, passo ao assunto.

Não era isto que queria que resultasse hoje. Mas, confesso, era com isto que já contava, . Impostos que aumentam, emprego que falta, marginalidade crescente, centros de saúde e maternidades que fecham. Mas, por outro lado, ambições de obras e engenharias faustosas, ora TGV’s, ora OTA’s. Importantes, sim, mas perante o cenário actual, parece-me que deveriam dar passagem aos prioritários: Saúde, Segurança e Educação, e destes, ouve-se pouco. Do Magalhães, vá. Não digo com isto que a alternativa fosse a salvação, mas digo sim, que me pareceria uma solução mais orientada para as reais necessidades que infelizmente temos vindo a conhecer. E, face ao mau momento por que passamos – e porque não atribuo todos os efeitos à causa Crise Internacional -, penso que deveríamos ter dado oportunidade ao próximo, sem garantia é um facto, mas porque não me parece ser por aqui, por onde estamos a ir. Vamos ver no que dá. Vamos ver, .

(Sim, certo, sou assumidamente de direita. Acho graça à esquerda, vejo encanto nos idealistas e reconheço a sua entrega às causas mas, perdoem-me - ou não – depois dos sonhos, estou na vida real e os meus pés, depois do sono, assentam é na terra, pelo que, as respostas, só as encontro à direita).

Vamos lá, beijinhos para todos. Até para os rosinhas, vermelhinhos e coloridamente indecisos. Eu não sou tão Porreira Pá como vocês mas estimo-vos muito.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quando a Vida chega.



Tenho uma familiar a dar à luz neste momento.

Por ser Mãe, não consigo deixar de me remeter para as esmagadoras sensações de ansiedade, êxtase, medo, adrenalina e felicidade que compõem o dia do nascimento de um filho. É um dia que nunca irá esquecer, haja o que ouver, aconteça o que acontecer, venha quem vier. E a sua vida nunca mais será igual. Terá mais dor, mas ainda mais alegria, terá mais receio, mas ainda mais valentia, terá um amor não superado por nada mais. É assim que tudo muda neste dia, quando a Vida chega.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Depauperada


Treze horas de trabalho por dia. É muito. Nove horas para encaixar viagens, obrigações familiares, domésticas e sociais, e dormir. É pouco. Alguém me deixe à porta do LUX e só me vá buscar depois do Sol nascer. Preciso alucinar e voltar à terra. Quando notarem que já estou com um ar sadio e equilibrado, devolvam-me ao mundo. Até já, vou depauperar mais.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Conversas Miúdas #2

Conversa telefónica com o meu irmão M. (8 anos).

Eu : Olá querido! Como correu a visita à dentista? Deixaste arranjar o dente desta vez? *
M. : Sim Mana! Arranjei o dente!
Eu : Vês, a mana não disse que não iria custar?
M. : Mas, óh mana, só não custou porque, para não doer, ela deu-me uma amnésia!!!

* Na última consulta ficou duas horas de boca fechada e levou a minha mãe à histeria.

Posto isto, há que pedir sempre AMNÉSIA, das fortes!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A conta do Amor.

Sem querer, acabei de fazer contas ao Amor. Fui, como todas as noites, dar o leitinho ao Miguel Maria. Entrei de mansinho, pousei o biberão para, de seguida, observar a posição em que estaria, pegar nele ao colo e completar o ritual. Olhei-o e parei. Tão sereno, tão feliz, tão bonito. Atravessado na sua cama Prince Size, rodeado dos pequenos que o acompanham no sono (o coelho soninho, o coelhinho da música, o urso ó-ó e o ursinho do amor) e as mãos completas com chuchas. Não queria interromper aquele enlaçe. E queria tanto abraçá-lo. Não queria que acordasse. E queria tanto cheirá-lo. Tão sereno, tão feliz e tão bonito. E pensei, a cada dia que passa, somo amor ao meu amor.

Um dia.


Eu até podia escrever muito hoje. Podia. Eu até podia ir ler os Blogs todos do costume. Pois podia. E podia comentar. Pois. Podia mas não posso. Passei praticamente meio dia de trabalho no trânsito, com o Tejo ao lado e os trabalhadores das outras milhares de empresas à volta. Pára-arranca-pára-arranca-pára-arranca. Um dia vou para o campo. Um dia mudo de vida. Um destes dias.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Já cheira.


A Natal. Cheira-me a Natal. É impressionante, mas consigo superar as manobras de estímulo ao consumo das grandes zonas comerciais, que habitualmente montam o Natal em Outubro. Se sou precipitada? Acho que não, gosto é muito. E a minha mente consome analogias. Saio de casa e já sinto a brisa fresca a roçar a ponta do nariz, limpo o orvalho que adormeceu nos vidros do carro e faço essa marginal a presenciar o acordar indeciso do dia. E depois desta visão romântica acordo e estou no meio do trânsito! Machos que disputam a estrada entre si como quem mede o tamanho do nariz; casais virados cada um para seu lado a galar os condutores e penduras concorrentes; pais a malharem nos filhos e filhos a malharem nas PSP’s. Mas, nessa altura, volto a concentrar-me no meu cheiro a Natal e desligo-me das seriedades fastidiosas a que nos tentam obrigar. Dos multiformes e reluzentes faróis transponho-me para as semelhantes luzes que vão piscar na árvore e, no carro, meto um swing Natalício à laia de Michael Bublé. É, embrulhada neste espírito, que chego cá. Já me cheira, e cheira-me bem.

Isto é freak ? Não há problema. Encantada. Eu nem sou nada a romantismos mas, ao do Natal, não resisto.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Bolas de sabão


Ontem comprei um kit, não tóxico (logo caro, muito caro), para fazermos bolas de sabão.

Filho, vamos fazer magia?
Shim, shim! - Responde o Miguel
Que, depois do Colégio,
Era mesmo o que queria.

Um, dois, três, sopra…
Ah, e é mesmo magia!
São brilhantes, são bonitas.
Vislumbra o pequeno com alegria.

Bolas grandes, bolas pequenas,
Tenta ele apanhar com energia.
Ele ri, ele salta, ele grita.
Mas que bom fim de dia!

Agora não sopra a Mamã,
Agora sopra o Miguel,
Fuuuuuuu……….

Agora não sopra o Miguel,
Agora sopra a Mamã,
Fuuuuuuu……….

Vamos terminar, vamos arrumar.
Vamos tomar banho e papar.
Vamos fazer ó-ó,
E com bolas de sabão sonhar!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ser Mãe também é... #1


... Andar 30 minutos a subir e descer escadas rolantes compulsivamente…*

Round 1
Eu – Já está filho?
MM – Maich Mamã. Maich!!!
Round 2
Eu – E agora filho, chega ?
MM – Maich Mamã. Maich!!!
Round 3
Eu – É para continuar, não é verdade ?
MM – Maich Mamã. Maich!!!

E assim, muitas, muitas vezes, ao olhar de misericórdia e gozo dos “não pais” que observavam a cena.

*Enquanto se espera pelos amigos atrasados para se ir jantar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Eu voto em mim!


Na comunicação todos os dias tenho vários frente-a-frente. No canal profissional, no canal domiciliário, no canal social. Às vezes ganho às vezes perco, mas sempre, sempre me sinto renovada para o próximo e volto a ser convidada. Nos transportes todos os dias edifico o meu Train à Grande Vitesse entre estas duas cidades onde opero. É um facto que a obra começa sempre às 06h da manhã, caso contrário, já só me resta o TPetitV. Na economia todos os dias reinvento as finanças, estou crente que sou mais uma das “mãos invisíveis deste Estado”. As minhas dívidas públicas são sanadas na hora, os benefícios fiscais são reinvestidos em material doméstico que precisa de renovação, os dois reguladores existentes nem sempre estão em concordância mas, no final, aprovam o orçamento proposto. A educação é outra pasta à qual dou relevância. Apresentam-se moções de censura às birras e, com mais frequência, aprovam-se moções de confiança à boa educação. Na saúde opero milagres. No final da tarde recolho cargas de vírus que, durante a noite/madrugada tenho que tratar para, pela manhã, distribuir saúde. Na agricultura, não podia apoiar mais. A hortelã rejuvenesce viva e fresca no terraço. Os animais? Sou amiga, não tenho lá nenhum pois não os quero doentes. No patriotismo, não podia apoiar mais. A marca branca conquistou o Palácio e férias são, para fora, cá dentro. Natalidade? Estou disponível para contribuir mas, para isso, terei mesmo que ser eleita e tratar assuntos como creches, abonos e licenças como assuntos sérios e não anedotas. Promessas? Não faço. Sobre a massa eleitoral, ao que parece tem-se mantido fiel embora a minha falta de promessas. E eu? Eu voto em mim e vou mandatando o melhor que posso.

Querem melhor ?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Quando for velhinha.

Quero naturalmente acordar cedo para fazer jogging na praia. Quero ter tempo para pôr os cremes todos, cheirá-los e usá-los até ao fim. Quero perder horas a meter-me bonita para os jantares românticos com o teu pai. Quero sentir-me vaidosa quando passar tardes a ver montras com as amigas. Quero ler sem pressa. Quero continuar a dançar sozinha na sala. E continuar a dançar acompanhada. Muito. Quero fingir que canto bem. Quero comer bombons. Quero beber chá. Quero acender velas aromáticas. Quero ouvir Diana Krall, e Nina Simone, e Caetano Veloso, e Gotan Project, e Frank Sinatra, e Doors, e Michael Bublé. Quero fazer bolos decorados com pasta de açúcar. Quero rir-me com a tranquilidade que só a velhice trás. Quero fazer planos para o dia seguinte. Quero sentir-me feliz. Quero que sejas feliz. Quero que faças a tua vida sem te preocupares comigo. Quero que não te esqueças de mim. É só o que quero. É tudo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Também há parênteses.


Já por diversas ocasiões, entre conversas despoletadas por Posts do Blog, me dizem que gostariam que escrevesse mais. Que incluísse mais assuntos. Que expusesse mais. Não foi nem é minha intenção fazê-lo mas poderão, por vezes, existir parênteses por força das circunstâncias ou do estado de espírito mas serão isso mesmo, parênteses. Até poderei extravasar para lá do que supus mas tentarei arrematar, sempre que possível, com alguma conclusão, sugestão, paralelismo, metáfora que conduzam ao tema central. Não se trata de vontade (ou falta), nem de secretismo. Não. Trata-se somente de contexto. Criei este espaço para dar corpo a um estado, o de Mãe. Porque é bom poder partilhá-lo com amigos e trocar experiências. Porque sou muito descritiva e muito nostálgica e sei que gostarei sempre de recordar. Porque se um dia, ao meu filho apetecer, também o poderá fazer. Se não apetecer, não apetecerá mas saberá que existe. Quando os parênteses me começarem a superar estará na altura de arrendar mais um espaço na blogosfera! Aqui fica o parêntese.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Mais noites sem dormir.

Não, não vem aí um novo recém-nascido. Não. Agora que o MM já dorme e já deixa dormir noites completas, esta sua mãe decidiu desestabilizar o cenário. Como o pequeno já há algum tempo manifestava algum desconforto na cama de grades, ora dava valentes cabeçadas, ora enfiava uma perna ora prendia um braço, achei que estava na hora. Na hora de alargar os seus horizontes numa cama de gente semi-graúda. E no que me fui meter… É cama, é barreira protectora, é edredão sobresselente para amparar uma queda por baixo, é almofada vezes almofada para proteger uma queda por cima, é colchão de apoio no chão para apoiar depois da queda. É vê-lo a sair mafiosamente da cama. É ver-me a entrar no quarto, por essa madrugada dentro, sempre que oiço um ruído (logo escolhi a noite em que se estreou a trovoada deste ano…). Foi uma maratona. É um stress. Vai ser um castigo. Eu mereço.
Be quiet girl…

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Cresces.


Meu filho, ontem fomos levantar o teu Cartão do Cidadão. Isso, Cartão do Cidadão. “É impressionante como estás crescido”, pensei. Penso. Vejo. Já sabes o que queres, já o mostras. Já tens uma personalidade definida. Não és uma cópia minha nem do teu pai. És tu, com a tua identidade própria, e nela misturam-se sorrisos meus, olhares do teu pai, mas és tu. Há dois anos atrás eras uma extensão de mim, em mim, carne na minha carne. Hoje cresces, persegues a tua sombra. Queres sair de perto, mas sempre sabendo-nos por perto. E nós, estamos sim, aqui por perto. Estaremos sempre.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Adeus miopia. Olá dioptria 0!

E não é que as placas da auto-estrada são legíveis? E não é que a fotografia que está na moldura da parede do quarto não desaparece durante a noite? E não é ainda, que o escritório tem as portas sinalizadas com as saídas de emergência? Este é o meu admirável mundo novo. Sem lentes de contacto, sem óculos graduados. Assim só, sem nada, assim nús, olhos só.

Momento de reflexão humorística: Finda a cirurgia e de volta à sala de preparação (para me preparar para a saída), a Enfermeira entrega-me uma pochete, de cor bege, bem gira. Eu, armada em boa que acabou de ir à faca mas que já vê melhor que os outros, digo: “Óh obrigada, mas não, essa não é a minha mala Sra.Enfermeira, a minha é maior e castanha. Mas obrigada.” A enfermeira, com um ar complacente responde-me “Eu sei querida. Eu sei que isto não é a sua mala, isto não é uma mala, isto é a bolsa dos medicamentos…”.

Conclusão : Não acreditar quando nos dizem que logo após a cirurgia se vê melhor do que antes.
Conselho : Ficar caladinho até chegar a casa!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A dedicação dá saúde!


Numa altura em que os noticiários voltam a falar de depressões sazonais, os matutinos identificam os sinais de alerta, os semanários lançam dicas para as combater, é quase motivo para dizer, quem nunca as teve ou não as tem, é porque está doente! Assim sendo, eu cá estou doente pois fico feliz com a mudança de estação, assim como sei que ficarei com o posterior regresso à estação actual. Gosto das cores do Outono, dos castanhos das folhas secas que cobrem as ruas, gosto do som da chuva do Inverno e do cheiro a terra molhada, gosto da claridade da Primavera e do renascimento da natureza e gosto do calor do Verão e da leveza dos estados de espírito. Parece-me fundamental é que estejamos ocupados e, sobretudo, dedicados. Dedicados a amores, a paixões, à família, a projectos, a viagens, ao cão, ao gato, à colecção de brincos mas, dedicados. Quando nos apaixonamos, raramente adoecemos. Quando somos promovidos, raramente adoecemos. Quando recebemos a chave da casa nova, raramente adoecemos. Portanto, às portas do Outono, em vez de nos queixarmos, dediquemo-nos, ocupemo-nos, procuremos coisas das quais gostamos pois assim estaremos a pregar boas rasteiras a estas fraquezas psicológicas que tanto são anunciadas.

Nota 1 – Hoje até tinha motivos para ficar deprimida. Ontem gastámos 200€ com a farda do Colégio do MM… Mas vou pensar que ele fica um must com a farda e pouparei tempo à noite sem ter que me preocupar com a toilette do Príncipe;

Nota 2 – Daqui a umas horas estarei numa mesa de cirurgia. Bem, aqui quase que a depressão me apanha mesmo!

Recado : Mário, se me lês, fica o conselho, dá-lhe no blog da Eva! Acredita que enquanto os outros gozam, ficam bipolares e perdem minutos de vida, tu divertes-te e multiplicas horas de vida! :-)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Hábitos assim.


Habituei-me à boa vida e a boa vida habituou-se a mim, e uniões destas deviam ser para sempre. Os compromissos devem ser levados a sério, e este não merecia menos. Habituei-me a acordar com um meloso e tardio “Mamã, mamã”, ao invés do estridente e madrugador “ti-ri-ri, ti-ri-ri” da Nokia. Habituei-me a comer pão quente de manhã, ao invés da primeira bolacha-chocolate-tosta-whatever que apanho na cozinha ainda escurecida na alvorada. Habituei-me a comer uma bola de Berlim com os pés enfiados na areia quente, ao invés de os escorregar nos monótonos embraiagem e acelerador. Habituei-me a dormir a sesta, ao invés das entediantes reuniões de última hora. Habituei-me a ver o meu filho crescer durante o dia, ao invés das rápidas e já cansadas horas de final de dia. Habituei-me a poder ter um jantar romântico (a dois – 2 – não a três) e saber que o MM estava em casa, feliz e contente. Habituei-me a caminhadas nocturnas premiadas com fartos, cremosos e saborosos gelados ao invés da gincana-dos-preparativos-para-o-dia-seguinte-antes-que-se-faça-tarde-e-durma-menos-de-6-horas! Habituei-me e gostei. Vou ficar assim. Pronto, fiquei. Mas espera, o que é isto que me salta à vista e me ofusca com um vigor cansativo e um som incomodativo? Um reminder para uma apresentação stressante daqui a 15 minutos? Bolas. Mexe-te miúda. Vai.
Habituaste-te? Desabitua-te!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Estômago em ziguezague


O meu bebé está doente. E quando assim é, a minha mão fica dormente e até o cérebro se ressente. Pouco consigo escrever. Não é grave, já está em fase de recuperação mas, como de todas as outras vezes, magoa. Ontem andou prostrado e a despachar para fora tudo o que ingeria, o que, para uma mãe é um sentimento de impotência pois (acho eu) todas as Fêmeas se sentem obrigadas a alimentar bem as suas crias, é uma das suas responsabilidades (perdoem os termos animais, mas é assim mesmo que o sinto, uma questão da natureza). Maldita gastroenterite!

Momento de reflexão humorística: Pedi ao L para comprar a Papa da Milupa própria para episódios de Gastroenterite. Ele liga-me do supermercado a dizer que não existe a tal Papa que eu lhe pedi a Milupa H1N1… Pois, é normal… Se as papas da Milupa ainda não apanharam a malfadada gripe, não existirá, pois claro. Lá raciocinei novamente e corrigi o erro, Milupa HN25, assim é! Eu bem digo que o cérebro de Mãe pára quando os filhos adoecem!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Desculpo.

Desculpa é uma palavra milagrosa, curandeira, catártica mesmo. O bem que faz compensa o quanto custa dizê-la. Não é fácil reconhecermos erros, assumirmos que a certeza nem sempre nos acompanha. É muito difícil admitirmos que falhámos. Sentimo-nos menores e mais fracos. E então temos dois caminhos: rejeitar o erro e continuar a vender algo que sabemos estar mal, até que o erro nos engula e caíamos de cansaço por uma teimosia inglória; ou, humildemente, assumir o erro e continuarmos em frente. Mas, desta vez, com um parceiro em vez de inimigo, pois a palavra Desculpa é redentora e desfaz qualquer discórdia. Hoje, quando eu me preparava para uma guerra, pediram-me desculpa… E eu fiquei inesperadamente desarmada. Desculpo, sim.

Artigo : Crianças, dicas para prevenir desaparecimentos

Vale a pena ler. Um minuto de leitura que pode prevenir muitos de choro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Palavras articuladas


Que o meu filho palra, pipila e chilreia, eu já percebia. Por o meu filho ser um comunicador encantador, eu já me envaidecia. Agora que já se aventurava a articular palavras, isso ainda não concebia. “Papá, Pauo, a Mamã Tau-tau… - lágrimas de crocodilo - Óh Papá, a Mamã tau-tau!”. Embora a estreia não abone muito a favor da Mãe (que deu o tau-tau inspirador), sei que este momento marcou o início de uma grande conversa. O meu filho já tem noção do poder das palavras relacionadas e agora esforça-se por mais. Adivinham-se, portanto, dias faladoramente divertidos.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Conversas graúdas #2

Conversa graúda de hoje, via MSN, com o meu irmão.

Ele: Então mana?
Eu: Olá M.!
Ele: Está tudo bem? Olha, não vou de férias contigo pois já estive um mês no Algarve e outro em Las Vegas, ok ?
Eu: Ok. Feriazinhas razoáveis…
Ele: Agora tenho trabalho em atraso. Depois marcamos qualquer coisa.
Eu : Está bem, vai lá trabalhar. Beijinhos.
Ele : Vou Mana, vou. Agora tenho que me despachar pois vou para a praia. Só logo é que dou no duro no Póquer *. Bom trabalho! Beijinhos!
Eu : Ah, está bem…

* O trabalho

Será impressão minha ou a minha família está no bem bom, eu a ser exploradazinha e eles a fazerem questão de mo lembrar?!...

Conversas graúdas #1

Conversa graúda de hoje, ao telefone, com a minha mãe.

Ela: Olá filha!
Eu: Olá Mãe.
Ela: Está tanto calor, não está? Aí também está? *
Eu: Está Mãe. Olha agora não posso, está bem?
Ela: Aqui está uma brasa. Estou à beira da piscina e nem uma aragem corre.
Eu: Pois é Mãe. Pronto, ligo-te logo, ok?
Ela: Não sei o que faça para o almoço. O melhor é um peixinho grelhado para fazer rápido a digestão e ir para a água, não é?
Eu: Mãe, AGORA NÃO DÁ! TENHO QUE DESLIGAR!
Ela: Ai filha… Está a fazer o quê? **
Eu: A trabalhar Mãe…
Ela: Ai que horror, esses empregos***… Pronto, vai lá. Vou para a piscina então…

* Ela está no Algarve.
** Não será óbvio, sendo uma 3ª feira à tarde?
*** Ela trabalha na função pública e tem o Agosto inteiro de férias...

As Mães são todas assim?!
Eu vou ser assim ?!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Depois do apagão.

Fechou uma semana escura. Uma daquelas semanas que vamos lembrar sempre mas que queremos esquecer já. Entre maçadas corriqueiras das que moem mas não matam, tivemos notícias de perdas finais. Perdas de amigos, perdas de conhecidos, perdas de desconhecidos. Uma semana cheia de perdas e todo o mal-estar e angústia que as mesmas acarretam. Estamos nas nossas rotinas, perdidos no meio dos nossos alarmes, semáforos, Restart’s e Logoff’s e, assim de repente, como que se de um apagão se tratasse, tudo se parece desligar e ficamos, também assim de repente, aturdidos com estas vidas levadas. E, por uns tempos, ficamos em apagão absoluto… A remoer o medo de que tudo acabe cedo demais. E, é neste momento, que me parece soar uma espécie de teaser da Vida: Andas a aproveitar bem ? Tudo o que tens e o que podes fazer por vir a ter?... E aí faz-se luz. Bolas, eu sou mesmo feliz. Mas mesmo, mesmo feliz. Habitualmente reconheço-o, mas depois de semanas destas, agradeço-o e esforço-me ainda mais. E assim, depois de uma semana escura, começa uma cheia de claridade. Para fechar uma e começar outra, e a jeito de memória do outro senhor (RS), Façam o favor de ser felizes.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Verdades e Consequências


Ontem, como é habitual, voei para o Colégio. Agora contam-se histórias modernas portanto, neste caso, é a Princesa – Eu! - que cavalga num cavalo – Automóvel - encantado para ir buscar o Príncipe – o MM! Tudo parece um conto de fadas. Os principezinhos colegas do Príncipe Mor anunciam a minha chegada “É a Mamã do Mié Maia!”, “É a Mamã do Mie bebé!”, cumprimentam-me e abrem alas para a cena do reencontro, a esperada cena do beijo de qualquer filme de amor. Eis senão quando o Príncipe (após manifestações várias de alegria com o reencontro), decide que “Isto de reencontrar a Princesa é bom mas agora não me dá jeito nenhum!”. E, montado no triciclo, volta para o centro do recreio. Tolerante, deixei-o brincar mais um pouco. Mas o dia ía longo e tinha que picar o ponto do meu segundo emprego (leia-se, o de Mãe, Mulher, o tal não remunerado), portanto, fui buscá-lo. De repente, o romance acabou e deu lugar ao filme de terror. Assim, sem parar na publicidade. O MM gritou, esperneou, esbracejou. Não queria sair do recreio por nada! Subitamente tenho os coleguinhas todos paradinhos à minha volta com os olhinhos fixados em mim. E as educadoras ? Idem… Posto isto, qual deve ser a verdade de uma Mãe ?

Verdade 1 – Prega uma valente palmada (daquelas que nos fazem chorar por dentro) no rabiosque do rebelde, mete-o debaixo do braço e ala para o carro. Consequência1 : Ficam todos a pensar que o miúdo leva grandes tareias em casa, e por isso é que estava a fazer aquela cena e ficam cheios de pena dele;

Verdade 2 – Não contrario, finjo que não percebo, que não oiço, olhos para os pássaros que passam e conto até 100. Consequência2 : Ficam todos as pensar que o miúdo faz o que quer comigo, usa e abusa do poder e ficam cheios de pena de mim.

Venha o Diabo, que certamente não é Mãe, e escolha!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Conversas Miúdas #1


Protagonistas : Meu irmão (8 anos) e meu enteado (7 anos)

M : Faz um quadrado com o dedo no ar.
P : (Faz)
M : Agora um círculo.
P : (Faz)
M : Sabes que figura estás a fazer ?! De Otário !!! – Neste momento ri-se a bandeiras despregadas com a partida que conseguiu pregar com sucesso.

(Silêncio)

M : Sabes o que é um Otário ?....
P : Sim. É o que vem depois do quadrado….
M : Hã ?!... E quantos lados tem?
P : Hummm… - olha para cima como quem está a contar – Cinco. Acho...
M : Ah… Ok… (Já com cara de quem pensa, afinal o que será um Otário?!)


A inocência é deliciosa, não é? :-)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Vocabulário “Éme Émês” (21 Meses)

Inê – Sem comentários… Mas vá, quer dizer Inês, o nome da Mãe;
Uís – o Nome do Pai, Luís;
Maí – Mãe, normalmente entoado como “Maíiiiiiiiiiii !”
Pai – Idem… “Paíiiiiiiiii !”
Pauo – o Mano, Paulo;
Ti – O grande (8 anos) Tio Manel
Maiana – A Tia Mariana
Pampa – Todas as tampas do Mundo! A pampa da garrafa, a pampa do Shampô, etc;
Óh Nhãooo – Expressão utilizada quando algo inesperado acontece : “Óh nhãooo… Dei-te um banho de sopa Mamã! Foi sem querer, sabes? Óh nhão….”
Doddy – Não o “Al Fayed” da Lady Di mas o do guizo no barrete e laço amarelo com bolas vermelhas ao pescoço!
Bôgoyo – Outra celebridade à semelhança do Noddy. O Pocoyo, companheiro de jantar do MM;
Acha – Hummm, esta é boa! Bolacha, bolachinha!
Aião – Lá em cima, bem lá em cima…. Os que vêm de Tires e passam no cimo do nosso terraço. Isso! Um avião!
Nha-á – Não há… (a gesticular com as mãos abertas para fora)
Atão?! - "Atão ? O DVD encravou?! Atão, ninguém me desenrasca isto ??"
A quê ?! - "Estou ? Quem fala ? Estou ? Não estou a ouvir bem... A QUÊ ??!!!!"
Iô-iô – Confesso que ainda não entendo bem porquê que um creme para o rabinho se transforma em “Iô-iô” (já li todas as marcas para ver se encontrava semelhança fonética mas até agora nada…).

Actualização ao Volume 1.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

(Para uma amiga que sofre)

Não sei o que te dizer. Não sei o que te escrever. Não sei. Gostava de te poder explicar tudo o que te está a acontecer. Gostava de te dizer que amanhã tudo não passou de um engano da vida. Gostava. Sinto-me agoniada com a tua perda, ferida com a tua dor e incrédula com a tua sina. O que sinto não me cabe nas palavras e o que te queria poder dizer, não posso. A vida é bestial, e a Morte é uma besta. Sei que não vais ler estas palavras pois os teus olhos ficarão a chorar muito tempo mais, mas, minha amiga, gosto muito de ti e os meus braços estarão sempre abertos para todos os abraços que precises.

Estou aqui.
Inês

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Miss, it’s your turn…


Ando a ser pressionada. Ando. Ando a esbarrar-me com reivindicações. Ando a tropeçar em reclamações. Chamam a Inês, em vez da Mãe Inês. Parece que oiço vozinhas estridentes sempre na cabeça : “Quando é que deslargas o miúdo, pá ?”. Que aqui fique claro que até já entendo um bocadinho, um bocadinho que seja, vá. Que até assumo que a minha carne manda mais que a minha cabeça. Mas compreendo. Compreendo tanto que até me vou esforçar. Confesso que terão que estar vários indicadores controlados, mas sim, vou tentar e, durante uns momentos (ainda não estou preparada para especificar a duração!), deixo a Mãe de folga. Atenção que eu também sinto falta de muita coisa, nomeadamente noites bem jantadas, madrugadas bem dançadas e manhãs bem dormidas! Mas, que me castiguem, que me condenem, mas vou dizer a verdade: não trocaria um minuto desta vida por uma hora da outra. Mas pronto, vou tentar reservar uns períodos com a Inês, e coisas e pessoas que dizem respeito só a esta. Já percebi que a bola está do meu lado.